Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

Entre janeiro e julho deste ano, 50,5% dos acordos e convenções coletivas realizadas no país resultaram em reajustes abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até a data-base.

O dado é do boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Ainda segundo o levantamento, apenas 22,9% das negociações ocorridas até julho resultaram em ganhos reais, e 26,6% dos reajustes empataram com o INPC.

O boletim também afirma que julho foi o pior mês para os trabalhadores nos últimos 12 meses, com 59,3% das negociações registrando reajustes abaixo da inflação, 27,5% com ganhos reais e 13,2% com índices iguais ao INPC. O reajuste mediano ficou 1,6 pontos percentuais abaixo do INPC.

Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou alta de 9,22% no acumulado em 12 meses até junho e de 9,85% no acumulado em 12 meses até julho.

Conforme o boletim, como energia, combustível e os alimentos estão com preços elevadíssimos, as perspectivas não são boas para os assalariados. “A inflação projetada para os próximos meses não dará folga para ganhos reais”, diz o boletim.

O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos, grupos que consomem tudo que ganham em itens básicos, como alimentação, transporte e medicamentos.