Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados | Imagem: divulgação

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (24), através de seu Twitter, que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, “não satisfeito em destruir o meio ambiente, também está destruindo o governo”.

A crítica de Maia se deu em função dos ataques de Salles ao ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se somou a Maia e também criticou Salles pelo Twitter neste sábado, embora sem o citar nominalmente. Disse não ser “saudável que um ministro ofenda publicamente outro ministro”.

Nesta sexta-feira (24), o ministro do Meio Ambiente chamou o general Luiz Eduardo Ramos, seu colega de governo, de “#mariafofoca” após uma publicação no jornal O Globo de uma matéria com o título “Salles estica a corda com ala militar do governo e testa blindagem com Bolsonaro”.

Ricardo Salles ficou furioso com a matéria, que mostrou que sua política desastrosa no meio ambiente tem irritado os militares, e atacou de forma desrespeitosa o general, como segue na mensagem abaixo.

“@MinLuizRamos [Luiz Eduardo Ramos] não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo da forma que entendo correto. Chega dessa postura de #mariafofoca”, escreveu Salles no seu perfil pessoal no Twitter.

A atuação devastadora de Ricardo Salles no meio ambiente tem provocado problemas não só no meio ambiente. Ela tem trazido problemas econômicos graves para o Brasil. Várias empresas têm pressionado o governo Bolsonaro contra a devastação da Amazônia e culpam o ministro pelo desastre ambiental brasileiro.

Salles é o mesmo que, na reunião ministerial de 22 de abril, que, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou-se pública, disse que o governo devia aproveitar a pandemia para “passar a boiada” e extinguir as normas de proteção ambiental em vigor. Numa atitude irresponsável, ele fez acusações ao Greenpeace, sem nenhuma prova, insinuando de que eles poderiam ser responsáveis ou saberiam quem derramou o petróleo que atingiu a costa brasileira no ano passado. A declaração foi classificada de “ilação” pelo presidente da Câmara.

Respondendo a Maia, Salles disse que o navio do Greenpeace confirmou que navegou pela costa brasileira na época do aparecimento do óleo, “mas, eles não quiseram ajudar”.

“Ministro, obrigado pela resposta, mas o seu tuíte faz uma ilação desnecessária”, respondeu Rodrigo Maia.

O chefe da pasta do Meio Ambiente atacou o ministro general porque achou que a fonte da jornalista Bela Megale, autora da matéria de O Globo, teria sido o general Ramos.

Assim que desrespeitou o general, ele recebeu apoio de bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambelli e do astrólogo de Virgínia, Olavo de Carvalho.

O filho “zero três” do presidente Jair Bolsonaro e deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi um dos que publicaram a favor do chefe do Meio Ambiente. “Força, ministro. O Brasil está contigo e apoiando seu trabalho“, escreveu.