“Esta é uma guerra global e contra o tempo”, afirma o presidente francês Emmanuel Macron

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou no domingo (14) que “a guerra global contra a Covid-19” somente será ganha por meio da cooperação com a Rússia e a China.

Na avaliação de Macron, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem um papel relevante nesta empreitada, colocando em um novo patamar as relações internacionais. “Temos de trabalhar com os chineses e os russos para que as vacinas desenvolvidas pelos seus cientistas se integrem neste grande esforço multilateral contra a pandemia”, frisou.

Com mais de 2,4 milhões de mortos e 108,8 milhões de contaminados em todo o planeta, as empresas farmacêuticas norte-americanas e europeias não estão conseguindo estar à altura das necessidades do combate à pandemia, sendo cada vez mais frequentes os atrasos nas entregas das vacinas, como tem acontecido não apenas no Brasil, mas também na Europa, que diversificou as contratações (especialmente com a Pfizer/Biontech, AstraZeneca e Moderna).

“Estamos agora empenhados numa luta contra as variantes do coronavírus, que é uma verdadeira corrida contra o tempo. Sem uma ação coletiva internacional rápida, eficaz e unida, arriscamo-nos a que o vírus nos escape”, alertou o presidente francês.

Lançado em abril, ressaltou Macron, o programa acelerador de acesso às ferramentas contra a covid-19 (ACT) da OMS vai assegurar o acesso aos instrumentos necessários para combater a doença de forma equitativa a nível mundial. Uma parte essencial do programa é o COVAX, mecanismo de partilha de vacinas que pretende fornecer a todas as 190 economias participantes uma alocação indicativa de doses, com prioridade para as nações mais pobres.

O COVAX já possui acordos em vigor para acessar pouco mais de dois bilhões de doses de várias das vacinas candidatas. As negociações continuam a fim de que novas doses sejam garantidas por meio de acordos de pesquisa e desenvolvimento com o COVAX, coliderado pela Coalizão para Inovações de Preparação para Epidemias (CEPI). As avaliações de novos produtos têm obtido resultados promissores, por meio de importantes contribuições de doadores.

Neste momento, a Sputnik V, vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, sediado em Moscou, tem se destacado pelas vantagens em termos de eficácia (91,6%), transporte (temperaturas de conservação de -2ºC a -8ºC) e preço (bem abaixo do cobrado pelas multinacionais norte-americanas e europeias). Com a publicação dos testes clinicos vistoriados por equipe independente, sobre os resultados positivos obtidos pela Sputnik V na fase 3, pela revista científica Lancet as encomendas de diversas partes do mundo chegam com mais frequência a Moscou.

 

 

(PL)