O Theatro da Paz foi o palco escolhido para o encontro do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência do Brasil, com os artistas do Pará, na manhã desta quinta-feira (1), em Belém. No encontro, além de representantes dos diversos segmentos da cultura e políticos, estiveram presentes o governador do Estado, Hélder Barbalho (MDB), o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), os senadores Paulo Rocha (PT-Pará), Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade – Amapá) e o candidato ao Senado pelo Pará, Beto Faro (PT).

Após receber as demandas com as reivindicações do setor cultural, Lula iniciou sua fala elogiando a qualidade do teatro, que pela primeira vez estava no Theatro da Paz e que ficou imaginando a elite que construiu o espaço nunca deveria ter pensado que um dia os pobres poderiam estar no teatro. Lula destacou a importância da cultura e prometeu que o setor terá seu espaço no governo. “A cultura é uma das coisas mais importantes e é o que dá para nós civilidade, nacionalidade e respeito. É preciso parar de ver a cultura como um gasto. Você não gastou, você investiu tantos milhões em cultura. Precisamos entender a cultura como um instrumento da cultura brasileira”, frisou.

“O meu compromisso mais sério de todos é que eu não posso fazer menos do que já fiz. Se vocês acham que a cultura foi bem tratada no meu governo, se preparem porque vocês vão ter que me ajudar a fazer muito mais. Eu não posso voltar a presidir um país e fazer menos do que já fiz. Só tem sentido eu estar aqui candidato para fazer mais pelo país. Nós temos que recuperar a economia deste país, o poder aquisitivo do salário mínimo, temos que gerar mais emprego e fazer de tudo um pouco mais”, disse o candidato. Para ele, a cultura é geradora de muitos empregos. “Acho que gera mais emprego mesmo que a indústria. E gera prazer, gera alegria e conhecimento”, ressaltou.

Lula prometeu fortalecer a cultura em um próximo mandato e que irá retomar o Ministério da Cultura, criar os comitês estaduais de cultura e ainda criar o Ministério dos Povos Originários que terá um ministro indígena ou uma mulher.

Lideranças locais

O PCdoB marcou presença no evento com a militância do setor cultural ao comando do presidente estadual, Jorge Panzera. “Foi um momento de intensa emoção, mas também de compromisso da volta da política pública de cultura, da volta do Ministério da Cultura (Minc), com um papel fundamental para nossa diversidade cultural e para construir uma força ainda maior da identidade brasileira. Firmou-se aqui a necessidade do olhar cada vez maior para a Amazônia e para o papel que ela tem, não só no desenvolvimento do país como na afirmação de uma cultura diversa e una, que é uma característica da nossa Amazônia brasileira, e em especial, do nosso estado do Pará”, sintetizou Panzera.

O prefeito Edmilson Rodrigues lembrou uma visita de Lula ao município paraense de Baião na década de 80 e frisou que “Quando Lula fala de Amazônia, ele fala com propriedade porque ele conversa com o ribeirinho que já foi aqui tão citado”.Quando esteve deputado federal Edmilson Rodrigues foi relator no projeto “Mestres dos Saberes e Fazeres” no qual obedece critérios rigorosos e oferece uma renda mensal aos mestres. Durante o evento, ele pediu para Lula priorizar esse projeto. Ao término da sua explanação Edmilson entregou para Lula um livro do escritor e poeta paraense João de Jesus Paes Loureiro, depois uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi entregue para Janja, esposa de Lula.

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) prestigiou o evento, apesar do partido ter candidata a presidente do Brasil. “Primeiro, em reconhecimento ao trabalho que o senhor (Lula) já fez pelo estado do Pará, reconhecimento pelo trabalho que o senhor fez pela Amazônia e a parceria que eu tive quando era prefeito de Ananindeua”.


Ao longo da manhã e início da tarde, passaram pelo palco do Theatro da Paz artistas representantes da música, literatura, cinema, culinária, carnaval, cerâmica e de outras manifestações culturais. A cineasta Jorane Castro leu a carta aberta dos artistas do Pará. Teve apresentação cultural de carimbó e do Arraial do Pavulagem. A mestra de cerimônia do evento, a cantora Keila Gentil, tentou ensinar a coreografia do “treme” ao Lula (que não conseguiu fazer a dança que movimenta os ombros), mas a esposa dele, Janja, fez a coreografia e foi aplaudida por todos.

(Da Redação do PCdoB-PA)