Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

“Os direitos e interesses da população, o fortalecimento da democracia, e a retomada da soberania nacional, serão os pilares de nosso governo”.

Com essas palavras, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse como presidente da República em sessão solene no Congresso Nacional neste domingo (1). O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também foi empossado.

Junto com Janja e Lu Alckmin, ambos saudaram as milhares de pessoas que acompanham na Esplanada dos Ministérios no trajeto realizado no Rolls-Royce. A comitiva foi recebida pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD) e pelo Presidente Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Pacheco coordenou a mesa da cerimônia de posse e pediu um minuto de silêncio em homenagem a Pelé e ao papa Bento XVI, que faleceram na última semana.

Em seguida, Lula assinou o termo de posse com uma caneta dada a ele em 1989, por um apoiador no Estado do Piauí. A cerimônia teve a presença da ex-presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente José Sarney, além de grande delegação internacional.

Em seu discurso, Lula agradeceu a confiança do povo brasileiro para um terceiro mandato, assim como celebrou a frente democrática ampla formada para vencer às eleições. O presidente também fez um uma deferência ao sistema judiciário nacional, em especial à coragem do Tribunal Superior Eleitoral.

O presidente ainda falou das visões de mundo que dividiram o Brasil nos últimos anos. Lula defendeu a participação democrática e social, com liberdade de direitos de manifestação e organização, contra a barbárie do individualismo, da negação da política e da destruição do Estado promovida pelo bolsonarismo, sem citar o agora ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O mandato que recebemos, à frente de adversários inspirados no fascismo, será defendido com os poderes que a Constituição confere à democracia. Ao ódio responderemos com amor, à mentira com a verdade, ao terror e à violência responderemos com as leis e as suas mais duras consequências. Sob os ventos da redemocratização dizíamos: Ditadura Nunca Mais! Hoje, depois de um terrível desafio que superamos devemos dizer: Democracia Para Sempre!”, disse.

Em seu abrangente e comovente discurso, Lula falou sobre a importância do resgate do papel do Estado e do funcionamento do governo de maneira racional. Neste ponto está o resgate das instituições do Estado, dos bancos públicos e das empresas estatais no desenvolvimento do país para planejar os investimentos públicos e privados na direção do crescimento econômico sustentável, ambientalmente e socialmente.

Ainda falou da garantia de um programa Bolsa Família renovado, com as primeiras ações visando o resgate de 33 milhões de pessoas da fome e de 100 milhões de brasileiros e brasileiras da pobreza.

Entre outros pontos fundamentais, Lula se comprometeu em revogar todas as injustiças feitas aos povos indígenas, revogar os criminosos decretos de ampliação de acesso às armas e munições e revogar o teto de gastos.

Ainda reforçou que o orçamento da Saúde e Educação serão recompostos e que é necessária atenção especial às questões raciais e de igualdade de gênero, a serem trabalhadas pelos Ministérios que recriados.

Outro ponto de destaque foi a retomada da integração sul-americana e com demais países, como EUA, União Europeia, China, entre outros. Em seguida, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco fez o seu discurso.

Agora Lula deve discursar novamente após subir a rampa do Palácio do Planalto.