O lucro líquido do Santander no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 4 bilhões, o que representa uma alta de 40,1% na comparação com o lucro dos três primeiros meses do ano passado no montante de R$ 2,816 bilhões, e um avanço de 3,9% em relação ao 4º trimestre de 2021.

Em março deste ano, o patrimônio líquido do banco chegava a R$ 79,2 bilhões, alta de 1,8% em um ano. Com esses resultados o retorno sobre o patrimônio líquido foi de 20,7%, repetindo o inusitado desempenho do mesmo período de 2021, cuja percentual foi de 20,6%.

Com o lucro do trimestre, o Santander Brasil passa a ser a filial com a operação mais rentável do conglomerado financeiro espanhol em todo mundo e deve mantê-lo entre os bancos de maior rentabilidade do planeta. Conforme levantamento da consultoria Economatica o Santander já ocupa a terceira posição nesse ranking.

Os lucros do Santander são persistentes, há décadas, desde que organizou sua operação no Brasil, depois de incorporar o antigo Banespa, em um processo de privatização, no ano de 2.000, pelo valor R$ 7 bilhões.

Não registrou perdas nem mesmo na maior derrubada do PIB brasileiro da história, nos anos de 2015 e 2016. O que aconteceu também com os outros grandes bancos brasileiros.

Enquanto o lucro dos bancos cresce, a inflação, o desemprego elevado, a queda na renda, a carestia, entre outras dificuldades, atingem as famílias brasileiras, e tem resultado no aumento do número de moradores de rua e da fome.

São também graves as dificuldades nos negócios da indústria, do comércio varejista e no setor de serviços, que amargam prejuízos como os juros altos cobrados pelos bancos, alavancados pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) do Banco Central no crédito às empresas e aos consumidores, e com a queda nos investimentos públicos no governo Bolsonaro.

Em meio à tempestade que o país atravessa nada disso altera os extraordinários resultados do espanhol Santander e dos bancos em geral.

Conforme o comunicado feito pelo banco na segunda-feira (25), o lucro obtido resultou a maiores volumes de empréstimos e também a uma mudança no mix de crédito e dos spreads nas captações, beneficiados pela alta dos juros.

O banco, assim como seus pares, migrou ao longo de 2021 para empréstimos mais rentáveis, em busca, justamente, de uma expansão das margens. Crédito mais seletivos, com margens maiores e maiores lucros, bem no meio da crise.