Avança sim, em vários sentidos. E o anúncio da composição PT-PCdoB-PV, ontem, já se constitui num fato novo de importante significado. O PSB ainda poderá se compor com esses três partidos situados à esquerda.

Por Luciano Siqueira*

Questão de tempo. E de entendimento por parte dos socialistas.

Como bem observa a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, é compreensível que o PSB ainda tenha um tempo pela frente para superar contradições que aparentemente se verificam em alguns estados.

O país é imenso, social e politicamente complexo.

A tradição é de partidos marcados por contingências regionais e locais.

Não raro seções estaduais de grandes partidos se posicionam em desacordo para orientação nacional.

Quanto da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à presidência da República, por exemplo, seu partido o PSDB não o apoiou na Bahia.
A federação partidária é um instituto novo, que se inaugura nas eleições deste ano.

Ao agregar partidos política e ideologicamente afins dá um passo adiante na superação da pulverização de legendas que marca hoje a cena institucional brasileira e precariza as relações entre os poderes Executivo e Legislativo.

Cerca de 35 legendas estão legalmente aptas a participar das eleições. Mais ou menos umas 22 são representadas por parlamentares na Câmara dos Deputados.

Um artificialismo sem o menor sentido. Verdadeiramente não há tantas correntes políticas e ideológicas no país.

Positivo que outras federações venham a acontecer.

Ainda à esquerda, Psol e Rede tendem a se federarem.

No centro-direita, PSDB e Cidadania.

Mesmo a nova legenda fruto da fusão entre Democratas e PSL, a União Brasil, não exclui a hipótese de se federar.

Agora, PT-PCdoB-PV cuidam do estatuto e de um programa mínimo, enquanto seguem dialogando com o PSB outras legendas no intuito de ampliar a sua federação.

E trabalham pela construção de amplo arco de forças políticas e sociais em torno da futura candidatura do ex-presidente Lula à presidência da República.

Temos chão, tempo e possibilidades pela frente.

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*Médico, membro do Comitê Central do PCdoB, foi deputado estadual em Pernambuco e vice-prefeito do Recife.

 

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