A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos participou de entrevista ao jornal Folha de Pernambuco e podcast à Rádio Folha FM 96.7, na manhã desta terça-feira (14). A dirigente critica a falta de encaminhamentos do governo Bolsonaro no combate à propagação da Covid-19 em todo o país, a falta de testes massivos e de apoio aos estados e municípios.

Luciana comentou sobre o avanço da pandemia no Brasil e a luta dos governos estaduais, principalmente sobre o governo do estado, para tentar salvar vidas e combater o avanço da doença em Pernambuco. Falou da superação do governo no estado, no início da propagação e a correria para comprar respiradores e criar leitos em seu estado. “Nossa meta era criar mil leitos, mas superamos a expectativa e foram mais de mil e quinhentos criados”, contou.

Defesa da vida

“Nós temos mais de 72 mil brasileiros e brasileiras mortos. Primeiro é a defesa da vida, não pode naturalizar isso. Tem que ter combate, tem que ter enfrentamento, tinha de se unir o Brasil, mas o que vimos é o governo Bolsonaro de forma desastrosa (…) foram três ministros que foram trocados, uma verdadeira guerra instalada, com o presidente participando de passeada de domingo pedindo a volta do AI-5, ou seja, uma coisa insana e a gente teve que enfrentar isso. Nos sentimos órfãos, mas a gente teve que fazer”, destacou a dirigente.

Segundo ela, o seu estado “segue firme e forte” no combate ao avanço da pandemia. “Decidimos cuidar das pessoas, e também do emprego que esse também é uma preocupação”, disse ela comentando todo o esforço do governo de Pernambuco na tentativa de proteção às pessoas mais carentes. Conseguimos aqui ter medidas que evitasse algo pior”.

Frente ampla de salvação nacional 

Para a presidenta do PCdoB, o fundamental neste momento é constituir uma frente que enfrente os problemas que são gravíssimos no país da repercussão da pandemia e nessa frente tem que caber tudo quanto é força política, brasileiro e brasileira, cientista, artista que garanta um pouco mais de estabilidade política no país de ação concreta de defesa da nação e para a gente lá na frente discutir alternativas e nessa frente ampla precisa de espírito de unidade do nosso campo. Infelizmente nós ainda vivemos um ambiente de muita dispersão”.

Luciana lembra que um dos motivos da vitória da extrema-direita nas eleições presidenciais foi a falta de unidade das forças de esquerda. “Não podemos repetir erros, precisamos tirar lições”.

Segundo ela, somente uma unidade tática poderá enfrentar a agenda antipovo e antinacional que expressa o bolsonarismo no Brasil e que tem levado para essa situação de muita instabilidade. “E a gente poder fazer uma construção política que tenha um projeto de país, resolver as questões candentes”, salienta.

“Uma frente mais do que a esquerda para ajudar a tirar o país da circunstância que nos encontramos”, pondera Luciana.

Eleições municipais

Luciana Santos foi questionada sobre as eleições municipais em Pernambuco, falou da probabilidade de apoios nas eleições municipais, para ela, o mais provável é que o PCdoB mantenha o apoio ao PSB na disputa eleitoral em Recife. Com participação importante no governo do prefeito Gerado Júlio, Luciana acredita ser importante continuar apoiando o partido que atualmente gere o Estado.

“Nós estamos no governo de Geraldo Júlio, nosso querido Luciano Siqueira é vice de Geraldo Júlio já pela segunda vez, o caminho natural da gente é aliança com o PSB. Mas essa é uma construção que nós estamos tentando fazer para que no Recife consolide a nossa frente popular, a frente que nós construímos na reeleição de Paulo Câmara”

Para Luciana, a união e vitória do campo político de esquerda nas eleições municipais deste ano são importantes para combater a agenda bolsonarista no Brasil. A vice governadora defende que, principalmente as capitais, sejam cuidadas como “patrimônios políticos”

“Mesmo sabendo da necessidade de candidatura própria, nós temos que também, principalmente nas capitais, ter um cuidado especial com alianças que garantam a vitória do nosso campo. Porque o que nós precisamos nessas eleições é garantir uma vitória contra a agenda bolsonarista no Brasil”, destacou Luciana.

A presidenta do PCdoB foi questionada ainda sobre anticomunismo, falou do nome do PCdoB para a disputa presidencial de 2022, a necessidade de socorro às médias e pequenas empresas e sobre a importância da ação de combate à propagação dos conteúdos falsos, as chamadas Fake News.

Ouça a entrevista completa no podcast abaixo: