A presidenta nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos participou pela internet nesta terça-feira (13) de um seminário promovido pela Casa Jota, em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).

O webinário teve como tema o “processo de transição em governos municipais: boas práticas” e contou também com a participação de Paulo Hartung (ex-MDB), que foi prefeito de Vitória e ex-governador do Espírito Santo.

Em sua participação, Luciana Santos contou sobre como fui sua passagem nas administrações públicas. Segundo ela, quando comandou a prefeitura de Olinda teve uma equipe muito competente, formada pela maioria de mulheres, com pessoas experientes e até ex-secretários de Estado do governo Miguel Arraes [governador de Pernambuco até 1999].

Noção de Estado e prestação de serviço

Para Luciana, em uma gestão pública o fator político é fundamental, “é importante ter a percepção política e o compromisso que os gestores devem ter, independente do espectro político, de continuidade na gestão pública. Uma noção de política de Estado, não só de governo, que pressupõe obras públicas. É cada vez mais uma necessidade e claro, é preciso incrementar”, destacou.

Segundo a vice-governadora, o princípio da continuidade administrativa deve ser fundamental utilizando a boa-fé, a capacidade dos atos de probidade, transparência na gestão pública e da supremacia do interesse público como algo de compromisso com a instituição.

“Precisa de uma boa prestação do serviço, associando isso ao programa que você defendeu na campanha, que por sinal a gente não pode prometer em campanha coisas que não dá para fazer. Outra lição que precisa tirar”, disse ela.

Demandas sociais

Segundo a reportagem do Jota, para dar vazão às demandas sociais que virão com força nas eleições municipais, principalmente por causa dos impactos da Covid-19 e da proximidade do fim do auxílio emergencial, a vice-governadora de Pernambuco diz que os gestores deverão ser mais cirúrgicos, com foco em problemas pontuais.

“A gente vive um certo paradoxo, porque a CF de 88, no que concerne ao papel dos entes federados, aumentou muito a atribuição do poder local, mas não conseguiu encontrar uma equação. Então você criou uma situação onde o poder de fogo dos municípios para fomentar a economia, é muito limitado. Mas é possível fazer ações que não sejam distribuição efetiva de dinheiro”, afirmou. “Isso é um debate que depende muito do que cabe no orçamento e do que é o contingente de miseráveis e pobres que têm naquela determinada localidade”.

O ódio e a tolerância não devem ser aceitos

“Acho que de fato a gente viveu 2018 com a exacerbação de um radicalismo que é burro, que nega o debate, nega ideias, nega a história. Há um recrudescimento do ódio e da tolerância que é inaceitável. Mas, nesse ano, vejo se revelando uma certa tendência ao centro da política, esse ideário mais radicalizado do Bolsonarismo você não vê com tanta força”, disse Luciana.

A presidenta do PCdoB também falou sobre a conjuntura política e da necessidade de reforma tributária adequada no Brasil, além de políticas de distribuição de renda. Sobre a dependência financeira dos municípios, Luciana disse que se não houver mudança, “os prefeitos vão continuar a serem batedores de portas dos ministérios”. É preciso ter uma política de igualdade regional, de desenvolvimento. É uma dependência que precisa ser mudada, ressaltou Luciana.

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