“A Cultura, a Ciência, a memória do nosso país estão de luto. Choramos todos por uma tragédia que poderia ter sido evitada”, lamentou a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, na noite deste domingo (2), em sua página oficial no Facebook.

A deputada federal (PCdoB-PE) que também atua no apoio e incentivo à Cultura, presidindo a Frente Parlamentar em Defesa da Cultura da Câmara, aponta que o incêndio que destruiu o Museu Nacional , vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma “tragédia de consequências irreparáveis para a história e para a cultura brasileira”.

O Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do Brasil e, até meados de 2018, figurou como um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Foi criado por D. João VI, em 6 de junho de 1818.

Objetos raros

“No acervo de mais de 20 milhões de itens que está sendo consumido pelo fogo estão parte da nossa história, desde a época do Brasil Império. Um acervo histórico, arqueológico, antropológico, etnográfico e de História Natural relevante e reconhecido internacionalmente”, lembrou a parlamentar.

Luciana Santos, citou ainda sobre o “mais antigo fóssil humano já encontrado no país” que fazia parte da coleção do Museu, entre tantas outras relíquias históricas. “Batizada de Luzia, parte da coleção de Antropologia Biológica; a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I, destacada coleção egípcia na América Latina, com múmias intactas dentro de seus sarcófagos; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais; além de uma biblioteca com obras raras, entre outros itens inestimáveis”.

A dirigente ressaltou os 200 anos de história do museu e considerou o incêndio uma tragédia anunciada, já que há vários meses a instituição não recebia investimento do governo federal para a sua manutenção. De acordo com Luciana, a catástrofe um reflexo da política econômica de Temer e seus aliados.

“No ano em que completa seu bicentenário se depara com a cruel falta de recursos que impediu seu funcionamento e sua manutenção. O corte irresponsável nos recursos destinados à Cultura decretou o destino do Museu Nacional que não tem recebido os repasses devidos e necessários, um reflexo da política econômica de Temer e seus aliados, que congelou os investimentos pelos próximos 20 anos e não tem nenhum compromisso com a pesquisa, com a ciência ou com a história”.

Solidariedade

A presidenta nacional do PCdoB fez questão de frisar a solidariedade dos comunistas que somam “ao lamento de um país”.  Diz Luciana, “nos solidarizamos com pesquisadores e trabalhadores do Museu Nacional e reafirmamos a importância de seguir lutando pela nossa cultura, pela popularização dos nossos museus como elemento estruturante na construção da nossa identidade como indivíduos e enquanto povo; de seguir lutando para construir um país que coloque sua cultura como prioridade, como chave para a elevação, para o progresso e para o desenvolvimento”.