Luciana Santos foi entrevistada por Osvaldo Bertolino no "Palavra da Presidenta" desta semana

A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, tratou da atual crise política, sanitária e econômica que assola o Brasil, nesta quinta-feira (30), no “Palavra da Presidenta”. O programa, editorial em vídeo geralmente publicado no Portal do PCdoB, ganhou nesta semana um formato inovador: com mediação do jornalista Osvaldo Bertolino, ela falou ao vivo, por meio das redes sociais do partido.

A conversa contou com a participação de centenas de pessoas e Luciana Santos destacou, entre outros pontos, a crise federativa pela qual passa o país. Atualmente, 24 dos governadores se contrapõem às posições do presidente da República quando o assunto são as medidas sanitárias contra o novo coronavírus, conforme explicou a dirigente.

A presidenta do PCdoB defendeu que este devia ser um momento de “distensão” de crises e diferenças, um momento em que as forças políticas pudessem agir pela vida dos brasileiros. Contudo, denunciou a dirigente, o posicionamento de Bolsonaro faz recrudescer crises.

“Bolsonaro diz ‘e daí?’. Bom, ele tem que tomar atitude, tomar decisão, mandar recursos para os estados, comprar respiradores como fez o governador Flávio Dino (PCdoB-MA). Mas é o tempo todo agredindo, debochando, um circo de horrores é que o presidente tem representado neste período”, lamentou.

“O presidente é mensageiro da morte, não faz nada a não ser politicagem. Todos os movimentos desde o primeiro momento foram de minimizar a importância e gravidade da doença”, denunciou, reafirmando que “era pra ser o momento de unir o Brasil com medidas arrojadas. O vírus não espera nada, a epidemia é veloz”.

Para ela, “é chocante e criminoso” que o presidente da República negue a principal orientação sanitária da Organização Mundial da Saúde (OMS), da ciência e das experiências prévias mais bem sucedidas: o distanciamento social.

“E faz isso por cálculo político. Quer colocar responsabilidade pela crise econômica e de desemprego no colo dos governadores e prefeitos”, indignou-se.

Crise geral

“A crise atual é a confluência de muitas crises”, analisou, mencionando que à crise sanitária soma-se a econômica e até mesmo a crise subjetiva, já que as pessoas estão impactadas pelo medo de morrer ou de não serem atendidas adequadamente visto que as redes hospitalares são insuficientes em todo o mundo. A presidenta nacional do PCdoB localizou, na análise, uma especificidade do momento:

“Uma singularidade é a reflexão sobre o papel do Estado, sobre a dependência das cadeias produtivas e sobre o modo como o Brasil se insere no contexto”, afirmou, lembrando que o crescimento do PIB já era de apenas 1,1%, o desemprego tinha taxas altas e o quadro é de desmonte das políticas públicas, como do Sistema Único de Saúde e de políticas de assistência, como o Bolsa Família.

“Ele usa de modo perverso algo que é verdadeiro: as dificuldades para as pessoas sobreviverem”, refletiu, lembrando que é papel do Estado garantir que as famílias possam recolher-se neste momento.

1º de Maio

Luciana tratou ainda da importância dos trabalhadores, reafirmada pela pandemia.

“Esta não é uma crise do capital, é uma crise da esfera produtiva, que realça o lugar do trabalho e do trabalhador e da trabalhadora”, destacou.

Para a dirigente, “as centrais estão dando show de política e amplitude” ao organizar um 1º de Maia solidário e que agrega forças políticas, fazendo valer, na prática, a ideia de construção da frente ampla, que vem sendo insistentemente debatida e praticada pelos líderes políticos do PCdoB.

A entrevista foi interrompida por problemas técnicos, mas Luciana comentou muitos outros temas. Acompanhe a íntegra a seguir: