Luciana Santos analisa transição do governo Lula na GloboNews
A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos concedeu entrevista na manhã desta quarta-feira (9) à GloboNews onde abordou como está sendo preparada a transição para o governo Lula. Para ela, “a transição será, desde já, plural e participativa”.
Integrante do Conselho Político do grupo de transição do governo, a dirigente ressaltou que “desde o início queremos que seja dado um tom de um governo plural que vai procurar ouvir a sociedade com seus mecanismos de participação e decisão, para que as pessoas possam, desde já, participarem do debate do orçamento que é onde se responde com políticas públicas os problemas candentes, os problemas reais que o Brasil precisa enfrentar”, afirmou.
A integração desta equipe que está sendo formada começou nesta terça-feira (8), em Brasília-DF, com o anúncio, em coletiva de imprensa, do coordenador-geral da equipe de transição, vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) que informou sobre os 31 grupos de trabalho que serão formados.
À Globo News, a presidenta lembrou que foram formalmente anunciados até agora os nomes dos que compõem o conselho político, os grupos econômicos e do desenvolvimento social. “Acredito que no decorrer da semana iremos anunciar e convocar outros nomes”, antecipou a dirigente. Ela informou ainda que a primeira reunião com toda a equipe provavelmente deverá ocorrer na próxima sexta-feira (11) com a presença do presidente Lula e dos integrantes dos grupos técnicos.
A dirigente comentou que neste primeiro momento, o debate gira em torno das respostas aos principais desafios que o governo deverá assumir. Sublinhando que os nomes da equipe de transição ainda estão sendo anunciados e que não, necessariamente, serão os mesmos da equipe ministerial.
Na entrevista, a presidenta do PCdoB mencionou que os principais desafios estruturantes do novo governo será o combate à fome, o reajuste do salário mínimo acima da inflação e o aumento do valor da merenda escolar, além do combate à violência contra a mulher. ”Questões que não estão no orçamento do ano que vem e têm que estar. Citando ainda, a fundamental retomada do crescimento e da reindustrialização do país.
Luciana comentou que o leque amplo de forças políticas será necessário para a governabilidade. Sobre a pluralidade de opiniões dentro do novo governo, a dirigente respondeu que não há quem discorde que precisa enfrentar a fome no Brasil.
De acordo com a dirigente, o foco que o presidente Lula tem tido – ele que é um político experiente – é garantir essa maioria política para dar vasão à governabilidade e acho que este espírito que tem pautado o presidente Lula.
Para isso, ressaltou a dirigente, a frente ampla ganha essa importância, “que embora tenham opiniões divergentes, como é o caso da área econômica, ponderou ela, “há questões que nos unificaram, como a defesa democrática, da institucionalidade, a defesa da paz”. E frisou: “é preciso que isso se traduza na vontade política de resolver os problemas reais da população. É isso que nos une”.
Ela destacou ainda a necessidade de um novo governo que se faça a inclusão social e que enfrente e combata à fome, como política estrutural, com o retorno do programa Bolsa Família, explicou.
“E isso só é possível, se fizermos um governo de frente ampla que possa, para além dos partidos que já participaram das eleições, ser ainda mais ampla para a governabilidade, esse é o espírito o presidente Lula e da equipe de transição”, reafirmou Luciana Santos.
Participação do PCdoB
Ao ser questionada sobre acomodações do PCdoB no novo governo, a presidenta ressaltou que a legenda tem quadros políticos e técnicos em várias áreas, lembrando que muitos deles já dirigiram o Ministério do Esporte, de Ciência e Tecnologia e da Defesa. Citou ainda outras áreas preferências da legenda, como a do Trabalho, da Cultura e ainda da Defesa e da Saúde.
Segundo a presidenta do PCdoB, não falta experiência para a participação dos dirigentes e militantes que já fizeram parte de vários governos também nos estados. “Não falta gente para contribuir com essa fase tão decisiva que o Brasil espera”, completou.