Luciana Santos: 98 anos com pandemia e também com luta e solidariedade
A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, realizou na noite desta quarta-feira uma transmissão ao vivo, pela internet, em que tratou da difícil conjuntura nacional que permeia a comemoração dos 98 anos da legenda.
Este ano, ressaltou, “vamos atravessar o aniversário com nossas marcas principais, que nos trouxeram até hoje: luta, altivez e solidariedade com o povo para enfrentar a pandemia que impacta o mundo e o Brasil.”
A crise sanitária causada pela pandemia do coronavírus e a crise econômica que é a agravada pelo surto da doença tem “desmontando o modelo de Estado mínimo”, ressaltou a dirigente.
“A situação que vivemos mostra que o Estado é necessário para induzir a economia e salvar vidas. É mais uma demonstração da força das nossas ideias”, argumentou.
Neste momento, e especialmente depois do “pronunciamento irresponsável do presidente Bolsonaro”, que desautorizou o ministro e as autoridades da Saúde, “a gente precisa se agigantar, coisa típica da nossa trajetória”, convocou.
Unir o Brasil
Luciana Santos ressaltou a relevância da conduta tática que vem sendo adotada pelo partido para formar uma frente ampla que reúna o setor produtivo, a sociedade civil, os movimentos, políticos, enfim, todos e todas com compromisso com projeto de nação democrática para enfrentar o que ela classificou como “uma crise federativa”, motivada pela incapacidade do presidente diante de um país complexo como o Brasil.
“Os movimentos sociais, os sindicatos e a espontaneidade da população, que de modo correto mostra sua indignação com panelaços, enfim, precisamos nos unir para salvar o povo e a economia, a geração de emprego e renda”, disse.
Apoiar os governadores
A presidente do PCdoB comentou que os governadores têm atuado sozinhos, sem a coordenação federal esperada, e que precisam ser apoiados. É o que observa em relação a Pernambuco, onde é vice-governadora, e também na experiência do Maranhão, governado por Flávio Dino, do PCdoB. Luciana enfatizou a relevância do trabalho que vem sendo desempenhado por Dino, preocupado em tomar todas as medidas cabíveis para resguardar a saúde da população e a economia do estado.
“Bolsonaro não está à altura de comandar um país com nossas características e complexidades. Temos que observar os exemplos exitosos no mundo e buscar saídas”, registrou a líder partidária, lembrando que a Itália, que demorou a recomendar e finalmente a impor quarentena à população, registra hoje um número de mortos pelo coronavírus maior que o da China, que tem território e população muitas vezes maior.
“Precisamos apoiar as medidas que vem sendo orientadas pelos governadores para evitar, como aponta o modelo matemático, que o contágio aconteça de modo concentrado”, lembrou.
Atuação firme da bancada na Câmara Federal
Do ponto de vista legislativo, Luciana aproveitou a “live” para enumerar a série de medidas que vêm sendo tomadas pela bancada do PCdoB na Câmara, a começar pela luta pela derrubada do chamado “teto de gastos”, que limita os gastos necessários com a Saúde do povo.
As medidas lembradas pela presidenta nacional do PCdoB abarcam, também, evitar falências e desemprego, especialmente por meio da proteção dos pequenos e médios empresários. Os deputados encaminham projetos para garantir crédito bancário sem juros e sem carência e medidas para permitir a sobrevivência dos autônomos no campo e na cidade.
“São medidas efetivas que a bancada tem tomado e providenciado. Estamos fazendo o dever de casa”, garantiu.
Vamos à luta: juntos!
“Não subestimemos o que está por trás do modo aparentemente errático, das idas e vindas dos anúncios de Bolsonaro. Trata-se de estratégia pra colocar a responsabilidade pela fome e pela quebradeira das economias, que vai acontecer, no colo dos governadores e mesmo de outros que ele aponta como inimigos, como a China”, alertou.
“Temos que desmascarar essa polarização política e ideológica”, recomendou.
Para concluir, em coro com a campanha encarnada pelo PCdoB ao comemorar 98 anos em tempos de crise global, Luciana pediu a todos e todas que poderes, que respeitem as “recomendações das autoridades sanitárias e dos nossos cientistas e dos exemplos melhores do mundo”, que fiquem em casa.
“E vamos à luta camaradas, amigos e amigas! Basta de Bolsonaro! Vamos vencer, apesar dele e da pandemia e vamos vencer com o Brasil, com os brasileiros e com as brasileiras!”, defendeu.