Luciana: Depois do bom combate em Brasília o foco agora é Pernambuco
Em entrevista ao Blog da Folhape, a deputada federal e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, fala sobre as razões que levaram os comunistas a retirarem a candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência da República; as incertezas quanto à candidatura do ex-presidente Lula e a decisão do PCdoB de participar da chapa do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), à reeleição, tendo seu nome como candidata a vice-governadora.
Leia na íntegra:
Blog da Folha – O que o PCdoB nacional ganha ao desistir da candidatura própria e aceitar ser “vice incondicional” na chapa de Lula? Houve resistência dentro do partido sobre essa decisão?
Luciana Santos – O PCdoB insistiu na unidade do campo da esquerda desde o primeiro momento. Tentamos unir todos. Fizemos a aliança possível. Após 30 anos de aliança básica com o PT, o PCdoB indica para vice uma grande mulher, os debates dentro do PCdoB sobre esse assunto aconteceram ponderando o máximo de variáveis do cenário político, como costuma ser, nas nossas decisões. Ser vice de uma chapa que pode ir ao segundo turno é um grande ganho para o PCdoB e para o Brasil.
A senhora acredita que Lula conseguirá disputar as eleições diante do processo que enfrenta nas esferas criminal e eleitoral?
Esperamos que sim. Lula tem sido vítima de um processo político que visa retirá-lo da disputa nas eleições de 2018. Um julgamento que carece de provas. Acho importante reafirmar o caráter político desse julgamento e reafirmar que assim como a maioria do povo brasileiro, acreditamos na justiça e queremos eleger Lula presidente do Brasil de novo.
O que foi determinante para aceitar ser vice na chapa de Paulo Câmara e não tentar a renovação do seu mandato na Câmara dos Deputados?
Creio que nos últimos oito anos travei o bom combate em Brasília. Atuei em defesa da Educação, da Ciência e Tecnologia, da Cultura, das Mulheres, dos interesses dos trabalhadores, da nossa gente, da superação das desigualdades regionais, do desenvolvimento e do aumento da qualidade de vida no nosso país e de PE. Diante do convite do PSB e do governador Paulo Câmara ponderei que posso continuar trabalhando por esses setores, só que agora com foco maior em nosso estado e nos desafios de colocar em prática as políticas públicas que a gente defende e elabora.
Além disso, o fato de que temos no PCdoB um excelente nome para representar esse campo e nosso estado na Câmara, o camarada, ex-prefeito e ex-deputado, Renildo Calheiros, ajudou na decisão. Naturalmente algumas questões para além da política, são colocadas na balança como, por exemplo, a possibilidade de mais tempo de convívio com minha filha e a rotina de estar mais cotidianamente em Pernambuco que é algo que gosto muito, também entraram em consideração.
O deputado Álvaro Porto (PTB) deu declaração de que sua presença como candidata a vice-governadora de Paulo Câmara afastará os evangélicos desse palanque por você ser filiada a um “partido comunista”. O que a senhora tem a dizer sobre isso?
Creio que é uma opinião equivocada. Em toda minha vida pública tive boa relação com a comunidade evangélica e suas lideranças. No PCdoB temos pessoas das mais diversas crenças e respeitamos todas as religiões. Essa “divergência” entre comunistas e religiosos é uma falsa polêmica. O momento é de prezar pela boa convivência, pela tolerância, pelo respeito e pelo objetivo comum de impor uma derrota à turma do Temer em Pernambuco e construir juntos mais um governo de avanço e desenvolvimento para os pernambucanos e pernambucanas.