A presidenta nacional do PCdoB e deputada federal, Luciana Santos (PE), participa durante esta semana, de reuniões em Bruxelas, sede do Parlamento Europeu. Nesta quarta-feira (2), ela falou em reunião do Grupo Esquerda Unitária e Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), grupo parlamentar socialista e comunista do Parlamento Europeu.

Durante o encontro Luciana ressaltou os avanços no país durante os governos Lula e Dilma, enfatizando a colaboração internacional e o contexto favorável de vitórias da centro-esquerda no continente. “Em menos de dois anos, desde o golpe no Brasil, vimos o desmonte desses avanços. Temos testemunhado ataques de direitos, precarização do trabalho e privatizações”, denunciou.

“Vivemos um contexto de resistência no campo das ideias e também das mobilizações nas ruas. Queremos eleições justas no Brasil e exigimos liberdade para o ex-presidente Lula”.

Luciana falou sobre a conjuntura política brasileira e destacou o quadro de crises múltiplas e simultâneas que afetam a econômica, a política, a dimensão social e a institucional, desde a última derrota da direita nas eleições de 2014.

“A prisão do ex-presidente Lula é um fato de extrema gravidade”. Para Luciana, a prisão arbitrária do ex-presidente Lula, ocorrida no último dia 7 de abril, concretizou o golpe de agosto de 2016 e instaurou uma nova fase, “ainda mais instável e radicalizada”, do confronto político em curso.

“O objetivo da prisão está escancarado: excluir da sucessão presidencial o mais competitivo candidato e tentar diminuir ao máximo a sua influência na disputa, mantendo-o na condição real de preso político, praticamente, incomunicável”.

Sobre os caminhos para superação da crise política, a presidenta destacou que não há saídas que não passem pela defesa da democracia, das liberdades políticas, do equilíbrio entre os poderes e da defesa da soberania nacional. Ela falou ainda sobre o significado da pré-candidatura do PCdoB à Presidência da República. Luciana definiu Manuela D’Ávila como representante “da força renovadora da juventude, da capacidade realizadora de nosso povo, da competência, da sensibilidade e da coragem da mulher brasileira”.

Após a intervenção principal Luciana respondeu às perguntas formuladas pelos parlamentares do grupo. Durante a agenda, Luciana participará de novo encontro no Parlamento Europeu, onde debate a questão da judicialização e repressão dos movimentos políticos e sociais no Brasil em seminário sobre Democracia nos países do Mercosul. A agenda prevê, ainda, reuniões bilaterais com lideranças dos partidos europeus e de delegações estrangeiras que participam das reuniões desta semana. Hoje ela se reuniu com o jornalista francês Patrick Le Hyaric, membro do Parlamento Europeu e do Partido Comunista Francês. Ontem o encontro foi com representantes do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL), do Chipre.