Estudantes chineses na comemoração do centenário do PCCh

Com as recentes celebrações do centenário do Partido Comunista Chinês, somadas as conquistas do povo como a eliminação da miséria até a vitoriosa luta contra o vírus da Covid-19, os chineses têm muito a festejar neste ano emblemático. A presença de uma forte organização social, o partido, é a soma das mais variadas experiências vividas pelo povo ao longo dos últimos três milênios que resultaram na atual China e sua atual forma de governo.

Por Lucas Chen*

Estudantes chineses na comemoração do centenário do PCCH (Kevin Fayer/Getty Images)

Ora, sabemos que, independente da ignorância ou da maldade, isso não é verdade. Em primeiro lugar, a hipótese de criação do vírus em laboratório foi descartada pela OMS, que como todos sabem, não é comandada pelos comunistas. Em seguida, os chineses foram os primeiros a anunciar o perigo da rápida contaminação do vírus e, adiante, a história é conhecida: decretação de quarentena em todo mundo, ocupação dos leitos de UTI na capacidade máxima, máscara e distanciamento. O gigante do Oriente saiu na frente construindo hospital em apenas três dias, orientando desde fevereiro de 2020 o uso de máscaras PFF-2, pesquisando e compartilhando com a comunidade internacional os motivos e as formas da contaminação, mobilizando os cidadãos em brigadas de ajuda ao combate da doença desconhecida, exportando insumos e médicos, mas o mais importante – e ignorado por muitos dos países ocidentais – identificaram os contaminados, rastrearam a transmissão e isolaram os que com estes tiveram contato. A tática de guerra funcionou e as cidades em quarentena rapidamente retornaram atividades econômicas e sociais, ao contrário das políticas mornas de isolamento e quarentena, ou dos radicais e súbitos “lockdown” nos países governados por representantes que ignoraram – leia negaram – a pandemia.

Apenas como exemplo, Wuhan, a cidade de onde surgiram os primeiros casos, passou por uma rigorosa quarentena acompanhada de políticas sanitárias articuladas a um plano de acompanhamento do vírus e dos por ele contaminados. O dia 23 de janeiro de 2020, marcou o início das rigorosas regras de quarentena, os cidadãos da, até então desconhecida cidade, enfrentaram a nova realidade com organização. Em março as regras foram flexibilizadas mas, com o apoio do governo e a séria identificação dos focos de contaminação, não se observou crescimento da “curva de contágio”. Isso permitiu que logo, ao dia 8 de abril do ano passado, os chineses pudessem comemorar com painéis luminosos – e viva a tecnologia! – o fim da quarentena. Engana-se quem pensa que os bares reabriram imediatamente. Em meados de maio, 6 casos de contaminação foram identificados – e pasmem – em poucos dias, 11 milhões de pessoas foram testadas e o vírus foi novamente contido. Agora sim, controlada a situação, escolas, cinemas, espaços de lazer finalmente foram retornando suas atividades pouco a pouco.

Os chineses tiveram êxito apenas na saúde?

Se não bastasse o sucesso no combate ao vírus, o país vermelho voltou às manchetes dos jornais ao ser o único das maiores economias globais a crescer consideravelmente seu PIB em 2020. Está claro que um povo que articula e planeja suas ações em defesa da vida, tem plena segurança dos investimentos públicos alocados na produção e no trabalho. Este é o motivo pelo qual, especialmente ao longo das últimas duas décadas, foi possível o crescimento econômico, mesmo que sob condições adversas, embargos, ataques diretos ou indiretos e especialmente no último ano em que tudo parecia impossível para alguns líderes que incentivam o caos e a desordem, seja da vida comum à produção.

Pergunte a qualquer cidadão chinês se sua vida está em condições humanas ou não. A resposta será a galope e única, especialmente aos que saíram da extrema pobreza, através da mobilização nacional e do combate às condições precárias de vida.

Vacina e tecnologia, a modernização da humanidade

Apenas com essas duas obras o orgulho de um povo já estaria inflado, mas com a modéstia chinesa, com o árduo trabalho, e com a cooperação na “construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”, o mundo assistiu à velocidade no descobrimento de uma vacina simbolizando a efetiva segurança para países que tiveram piores desempenhos no combate à pandemia. Em apenas um ano de pandemia, os estudos e desenvolvimentos de modelos de vacina foram as mais rápidas já vistas na história da ciência. Fruto de uma extensa rede de cientistas, equipamentos de ponta e laboratórios modernos, a virada do ano solar acompanhou a feliz notícia de que a vacina estaria no horizonte e para compartilhamento das patentes, segundo a vontade chinesa. Ao longo do primeiro semestre, já foram mais de 450 milhões de doses para mais de 100 países diferentes, segundo o Ministro de Negócios Estrangeiros, Wang Yi. Além de distribuir, ainda pressionaram os líderes globais a acabarem com as restrições de exportação.

A modernização da tecnologia – das práticas e acordos internacionais – acompanharam as mais extensas áreas com o descobrimento, além da vacina, também da Rede 5G e do Reator de Fusão Nuclear, da implementação da malha de “trens-bala”, do pagamento digital e da completa integração de todos os cidadãos à vida digital. Se encontra neste país toda a liderança dos mais recentes descobrimentos em quase – senão todas – as áreas.

Aprovação recorde

Está certo que as conquistas já destacadas não seriam possíveis sem o povo, mas menos ainda se o mesmo não tivesse um poderoso aliado, o Partido Comunista da China, que conduziu o Estado ao longo dos últimos 71 anos de maneira exemplar e dedicada. Como critério da verdade, a aprovação do governo chinês é de 94%, longe de qualquer média de países “modelos” em matéria de civilidade e democracia. A diferença é simples, as conquistas são feitas na prática, organizadas em um plano e amplamente debatidas, ao contrário dos países ocidentais, ou seja, apenas em discursos vazios, ao passo que as ações caminham em direções opostas, e a população é enganada. O poder do Partido Comunista da China cresceu ao longo dos últimos anos, tendo cerca de 95 milhões de filiados, além dos cidadãos comuns que por vezes podem confundir as ações estatais com as partidárias por conta da capilaridade e sua extensão. A realidade é que seu povo se orgulha de ter um partido capaz de enfrentar os desafios da humanidade, apresentar um caminho para o futuro e honrar a tradição e sua história milenar.

Comemoração geral e irrestrita

Vencer a Pandemia, eliminar a pobreza, melhoras a economia do país e as condições de vida de seus cidadãos, distribuir vacina ao mundo, liderar os descobrimentos tecnológicos, a experiência deste povo no último ano é digna de uma fabulosa comemoração. Ao estilo da maior festa de sua nação, o festival da primavera – ou o ano novo chinês, para nós – seriam dignos 15 dias de gloriosas comemorações no modelo chinês, isso quer dizer com muita alegria no rosto e cheia de tradição.

Se este não foi o ano mais importante do primeiro centenário de vida do partido, está entre um dos mais dignos, cabe a nós analisarmos os outros 99 anos, mas isto é papo para outra hora.

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*Descendente de chineses e presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP)

 

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