A Justiça de São Paulo lacrou a loja da Havan em Marília, após o dono da empresa, Luciano
Hang, tentar burlar as leis da quarentena ao incluir nas vendas produtos como arroz, feijão e
óleo de cozinha.

As lojas da rede vendem itens de decoração e eletrodomésticos, sendo proibidas de abrirem
por não atender a serviços essenciais, conforme determinação do governo de São Paulo para
garantir a segurança da população em meio à proliferação do coronavírus.
A tentativa de Hang, bolsonarista fervoroso e defensor do fim do isolamento social, de fazer
com sua loja passasse por hipermercado foi barrada pelo juiz Walmir Cruz, da Vara da Fazenda
Pública de Marília, que mandou lacrar a loja no município.
A medida foi tomada após a loja desrespeitar a decisão do governo e da prefeitura de manter
apenas a venda de produtos alimentícios, de higiene e limpeza, e ferramentas utilizadas em
construção civil, considerados essenciais, conforme decreto do governo estadual.
No entanto, a loja manteve abertas todas as demais áreas, o que foi comprovado pela
fiscalização local. A loja foi notificada pela irregularidade, mas não acatou a ordem de
fechamento e foi à Justiça, mas o juiz negou a liminar e ainda determinou o fechamento
completo da Havan.
“Pretender sustentar em juízo que a HAVAN é supermercado, com todas as vênias, é atentar
contra a realidade dos fatos e basta uma simples consulta ao sítio eletrônico da empresa
impetrante”, escreveu o juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz.
Mesmo com a decisão, a loja manteve a venda de seus produtos no estacionamento, o que
levou à Justiça a lacrar a unidade, na última segunda-feira, 18.
Nesta quarta-feira, 22, em entrevista à Veja, o empresário declarou que o estado de São Paulo
“é o mais comunista do Brasil”, por manter 11 lojas da rede fechadas no estado, como forma
de prevenção à Covid-19.
Para Hang, São Paulo “é o grande problema, não só da Havan, mas do Brasil”. Ao falar sobre a
política de isolamento social no estado, Hang repetiu Bolsonaro, ao dizer que é “coisa de
maluco, de incompetente, de quem não sabe administrar”.