O dirigente dos caminhoneiros Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), declarou, durante a votação do projeto de lei que limita a 17% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos Estados sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transportes coletivos, na Câmara dos Deputados, que a medida é apenas paliativa e não resolve a questão.

“Essa questão do ICMS é um paliativo, ajuda, mas não resolve o problema, porque, mesmo baixando o valor do imposto, vem o aumento e acaba ficando o mesmo preço na bomba. Isso afeta a categoria e a gôndola do mercado. Não estamos aguentando mais. Vamos parar”, declarou ao Correio Brasiliense.

Os aumentos dos combustíveis são fruto da chamada política de Preço por Paridade Internacional (PPI) que atrela os preços no Brasil ao dólar. A medida também teve o alerta de deputados durante a votação do projeto. “Esse projeto não resolve o problema da alta do combustível no Brasil que está sendo cobrado em dólar”, afirmou a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC). “Não é justo com a população cobrar o combustível no Brasil em dólar como se nós importássemos todo o combustível que nós consumimos no Brasil. 80% do combustível consumido no Brasil é produzido no Brasil e refinado no Brasil. Então o preço dele tem que ser em real”, defendeu ela.

Para Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS) e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), “a realidade dos caminhoneiros hoje é tão dramática ou até pior que a de 2018 [quando houve a última greve]. Basicamente em função do diesel, que é o maior insumo na planilha de custo, que varia entre 40% para aqueles que têm caminhões mais novos, que são as grandes empresas, e chega até 65% para os que têm caminhões mais velhos, que são os autônomos. É uma situação realmente dramática”, declarou.