Parlamentares e lideranças sociais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) reagiram contra os ataques desferidos nas redes sociais à presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz nesta terça-feira (19). Após a divulgação de entrevista concedida à Folha de S.Paulo, em que ela reforça a necessidade de construção de uma ampla frente contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.

A presidenta do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, postou nas redes sociais mensagem de solidariedade à dirigente estudantil que também é dirigente do Comitê Central. Segundo ela, Bruna é uma “menina valente que sabe o valor da democracia”.

Luciana afirmou ainda que a presidenta da UNE, busca fortalecer a frente contra Bolsonaro: “A quem interessa descredenciar essa iniciativa?”, indagou a presidenta do PCdoB, frisando que “Fake news não deixa de ser fake news quando é disseminada por aliados”.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), também apoiou Bruna em postagem nas redes sociais: “Como atacar uma jovem liderança irá ajudar a derrotar Bolsonaro? A quem isso serve? Bruna Brelaz, estamos juntas!”, publicou Jandira. Segundo a parlamentar, “alguns radicais bolsonaristas e outros de esquerda reagiram com racismo e misoginia”, completou.

Alice Portugal, deputada federal (PCdoB-BA), enviou através das redes “integral solidariedade” à Bruna. “Bruna é guerreira, primeira mulher negra e da região Norte a presidir a UNE”, destacou. A ex-senadora e secretária nacional da mulher do PCdoB, Vanessa Grazziotin, definiu como inaceitáveis as agressões dirigidas à Bruna. “Violência política de gênero é crime!”.

A deputada federal professora Marcivânia (PCdoB-AP) afirmou nas redes que as agressões contra Bruna demonstram que “a rede de ódio, infelizmente, não está somente do lado de lá”. A parlamentar completou: “Siga firme sem perder a ternura”.

Contra a violência política de gênero é um tema alertado continuamente pela jornalista e ex-deputada (PCdoB-RS) Manuela d’Ávila, que também se solidarizou com Bruna. “Querida Bruna, meu abraço solidário e afetuoso. Estamos juntas enfrentando o ódio, a misoginia e o racismo com o qual lhe atacam”. Bruna Rodrigues, vereadora pelo PCdoB de Porto Alegre também se manifestou: “Se queremos derrotar Bolsonaro, nossas divergências não podem disseminar aquilo que repudiamos”.

Bruna havia sido alvo de agressões e ameaças em setembro quando participou, junto a outras lideranças da esquerda, do ato do dia 12 de setembro, organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) pelo “Fora Bolsonaro”. Na entrevista concedida ao jornal, Bruna falou do medo que sentiu ao sair nas ruas, pelas ameaças sofridas. E mais uma vez defendeu a política de frente ampla.

A UNE em defesa da democracia

Bruna Brelaz se apresenta como primeira mulher negra a se eleger presidenta da entidade e nos ataques deferidos em suas redes o racismo se mostrou presente. O ex-presidente da UNE e primeiro homem negro a presidir a entidade, hoje deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), criticou “a maneira vil” como “setores que se dizem de esquerda” atacaram Bruna. “Bolsonaro agradece os sectários. Ao pregarem a desunião, ajudam a mantê-lo no poder até 2022. E, pior, ter chance de vitória”, alertou o parlamentar.

Os ex-presidentes da UNE, Carina Vitral e Iago Montalvão, também se manifestaram pelas redes. “Aqueles que conhecem verdadeiramente a história da UNE sabem que essa entidade nunca teve medo de enfrentar as difíceis contradições pra defender o que é mais importante: O povo brasileiro”, opinou Iago.

Carina lembrou que “a marca da UNE é a independência política” e que a entidade não pertence a um partido político, e sim, aos estudantes. Segundo ela, a nova geração à frente da UNE tem como desafio derrotar Bolsonaro. Segundo Carina, ao defender a frente ampla contra Bolsonaro Bruna “está mais uma vez cumprindo seu papel, de posicionamento firme e independente pela democracia”.

Presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) Rozana Barroso, destacou que falar em frente ampla “não é sobre deixar as diferenças de lado, mas entender que o maior inimigo do Brasil é Bolsonaro”. De acordo com a estudante, “o nome disso é maturidade política”.

No mesmo tom, a presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé, também se solidarizou com Bruna e afirmou que a postura da presidenta da UNE é acertada ao defender que “todos os setores da esquerda à direita devem se comprometer com o impeachment de Bolsonaro”.

 

Por Railídia Carvalho