Mais de 100 mil mulheres de todo o Brasil, dos campos, da floresta, das águas e das cidades marcharam na manhã desta quarta-feira (16) do Parque da Cidade até próximo ao Palácio do Planalto em Brasília na sétima edição da Marcha das Margaridas.

Foram mais de seis quilômetros de caminhada festiva e colorida que finalizou ao meio dia com o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa tenda armada em frente ao gramado do Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, das ministras Simone Tebet (MPO), Luciana Santos (MCTI) e de vários outros ministros, participa do encerramento da Marcha das Margaridas na Esplanada dos Ministérios. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A marcha por respeito, direitos e pela vida das mulheres contou com a participação de inúmeras lideranças políticas e sociais comunistas, entre elas, a presidenta nacional do PCdoB, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos que participou do ato ao lado do presidente Lula (imagem acima) que afirmou que irá levar conectividade e inovação para as agricultoras. “Não poderia deixar de cumprir e atender às demandas da Marcha das Margaridas, vamos levar conectividade e inovação para as máquinas agrícolas e para a agricultura familiar. O MCTI vai estar presente na vida das Margaridas desse país”, afirmou a ministra.

Esteve presente também, a vice-presidenta do PCdoB e líder da bancada comunista na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), a deputada federal, Daiana Santos e a deputada estadual, Bruna Rodrigues (ambas do PCdoB-RS).

O evento contou ainda com a participação da vereadora de Recife e escritora premiada Cida Pedrosa; do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo; da presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), Vanja Andréa Santos; do presidente da União Nacional dos Negros (Unegro), Edson França , entre outros.

A líder do PCdoB, Jandira Feghali, do alto do caminhão de som, contou que já participou inúmeras vezes da Marcha e lembrou que esta é a terceira vez que o encontro acontece sob o governo Lula e, por isso, avançar nas conquistas é primordial para a luta. Destacou também sobre a força das mulheres brasileiras que derrotaram Bolsonaro, que o ex-presidente está inelegível e só falta agora “ir para a cadeia, que é o lugar dele”, afirmou a deputada, completando que o governo Bolsonaro foi um dos mais corruptos da história do Brasil.

A violência contra ativistas da causa agrária também foi tema da fala da parlamentar. Ela disse que o país não pode tolerar mais assassinatos de mulheres, seus companheiros e seus filhos lutadores do campo.

Às mulheres, a parlamentar enfatizou que o tempo da resistência passou e que agora a luta deve ser para avançar nas conquistas. Como líder da bancada do PCdoB na Câmara, Jandira disse que não vai deixar passar leis no Congresso Nacional que prejudiquem o campo e as mulheres que nele trabalham. “É preciso avançar na pauta da reforma agrária, garantir tecnologia para o campo, escolas para os filhos das margaridas, para saúde, formação, o sustento e o fomento as famílias do campo”.

A líder assumiu junto às margaridas, o compromisso com a reforma agrária, com a luta das mulheres do campo, pela superação da desigualdade, do preconceito e do racismo. “Em nome do Partido Comunista do Brasil assumo absoluto compromisso com a reforma agrária, com a luta das mulheres. E vocês têm total apoio do legislativo e do governo Lula”, completou.

Antes das 7 horas, a deputada Daiana Santos já estava caminhando ao lados das mulheres e contou que ficou encantada com a vibração das margaridas. “Brasília amanheceu com o desabrochar das margaridas! Coisa linda ver a capital do país pintada e florida com a luta das mulheres, foi muito bonito presenciar esse momento histórico”, afirmou. Para a deputada, essa edição “tem um caráter de reconstrução do Brasil, um país que vai ser feito pelas mãos das mulheres, negras, indígenas, quilombolas, LBTs”, destacou.

A vereadora de Recife, Cida Pedrosa também estava muito entusiasmada com a luta das mulheres do campo. Disse que veio na primeira Marcha e que voltou agora e achou tudo belíssimo. Disse que se encanta com o quanto as mulheres estão unidas e juntas na luta. Saudou a pauta de reivindicações apresentadas pelas margaridas ao presidente Lula. E destacou a construção do desenvolvimento sustentável no campo e a divisão de terras para as mulheres como pautas especiais e que devem ser atendidas.

“Viemos dizer aqui na Esplanada dos Ministérios em Brasília, dizer em alto e bom som que nós existimos e nada de nós sem nós”, completou.

Adílson Araújo, presidente da CTB, contou que a central está presente na Marcha com representantes sindicais de diversos estados do país e ressaltou o tema do encontro: “Pela reestruturação do Brasil e pelo bem viver”.