O descaso do governo federal com a Educação do país traz enormes prejuízos e dificulta ainda mais a superação das deficiências educacionais acumuladas na pandemia da Covid-19.

Nesta segunda-feira (8), cerca de 25 funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – pediram exoneração coletiva e acendeu o alerta sobre a realização do processo em 2021.

Lideranças estudantis criticam governo Bolsonaro. Para eles, o Estado deveria garantir aos estudantes a plena realização do Enem.

Integrante da direção nacional do PCdoB, Bruna Brelaz, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), pelas redes sociais, destacou: “É inadmissível que a 13 dias do exame o governo não esteja dando garantia da realização da prova”, afirmou.

As provas do Enem estão programadas para os dias 21 e 28 de novembro. A justificativa dos servidores para o pedido de exoneração foi “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”. Desde que se iniciou o governo Bolsonaro, o comando do Inep mudou cerca de 5 vezes.

Na opinião de Bruna, não pode haver adiamento. “Estamos falando de futuro e sonhos de muitos brasileiros”, disse.

Da mesma forma, Rozana Barros, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e dirigente do PCdoB classificou o episódio como um demonstração do descaso do governo com os que mais precisam. Para ela, o Enem é a porta de entrada para estudantes que vem de famílias pobres. “São horas e horas de jornada dupla e para quem é mãe, não é fácil”, completou.

As dirigentes estudantis, Rozana e Bruna pediram explicações públicas sobre a instabilidade no órgão que pode colocar em risco a realização do Enem. “Queremos audiência pública já. Que os culpados sejam responsabilizados por brincar com o nosso futuro”, publicou Rozana.

Presidente da União da Juventude Socialista (UJS) Tiago Morbach, corroborou com Rozana Barroso. “Bolsonaro é pior inimigo da educação pública e do acesso à universidade” e acrescentou: “Todo ano um novo descaso com o Enem”.

Segundo informações da imprensa, o presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, deverá comparecer nesta quarta-feira (10), na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para explicar a debandada no órgão.

Por Railídia Carvalho