Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Carlos Cabral Pereira.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rio Maria (PA) e diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Carlos Cabral Pereira, 58 anos, foi assassinado por dois homens em uma moto enquanto voltava para casa, na terça feira (11).
Cabral foi atingido por quatro tiros, dois desses na cabeça e morreu a caminho do hospital municipal de Rio Maria. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Rio Maria e pela Delegacia de Conflitos Agrários de Redenção, na busca por prender os culpados.
Em 1991 o sindicalista já havia sofrido um atentado, quando foi baleado em uma emboscada, dois meses depois de seu antecessor, Expedito Ribeiro de Souza, ter sido assassinado por matadores de aluguel contratados pelo fazendeiro Jerônimo Alves do Amorim, condenado a 19 anos de prisão.
No ano de 1985, o líder camponês, João Canuto, foi morto por assassinos contratados por Adilson Carvalho Laranjeira, na época prefeito de Rio Maria, e Vantuir Gonçalves, latifundiários da região, com 12 tiros.
Todos os homicídios aconteceram na cidade de Rio Maria, que passou a ser tratada como “a terra da morte anunciada”.
Militante em defesa da reforma agrária e defensor dos trabalhadores rurais, Carlos também era filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Em nota, o partido lamentou o fato e exige prisão imediata dos assassinos e de seus mandantes:
“Mais uma vez Rio Maria ‘A Terra da Morte Anunciada’ é palco da violência dos donos do poder contra os trabalhadores e suas lideranças como o presidente do STTR de Rio Maria João Canuto de Oliveira. Sintomaticamente em uma data simbólica sinalizando que continua a liquidação de brasileiros que ousam lutar por direitos, agora com o beneplácito do presidente da República do Brasil.
O Partido Comunista do Brasil, no Estado do Pará, repudia e denuncia mais esse ataque das forças reacionárias, que se instalaram no poder, ceifando a vida de Carlos Cabral. Ao mesmo tempo, cobra do Governo do Estado a rápida prisão dos mandantes e executores, e que a Justiça seja feita o mais rápido possível.”, afirma a nota.