A deputada Perpétua Almeida, líder do PCdoB, se reuniu com o vice-presidente Hamilton
Mourão, na última quarta-feira (29), no gabinete da vice-presidência, em Brasília. Na reunião,
a deputada discutiu a situação da pandemia do novo coronavírus e levantou problemas vividos
pela população do Acre.
Na ocasião, Perpétua falou da questão da pandemia de coronavírus no Acre e como o Governo
Federal pode auxiliar nesse enfrentamento. Ela pediu ajuda para seu Estado, que é uma tríplice
fronteira, está na Amazônia, tem uma população ribeirinha, cidades de difícil acesso e
população indígena vulnerável.
Antes de se reunir com o vice-presidente, Perpétua ligou para o governador Gladson Cameli,
para acertarem o que seria pedido ao vice-presidente. O Estado precisa de mais leitos de UTI,
materiais para exames de Covid-19, equipamentos para os hospitais e profissionais da Saúde e
álcool gel. O vice-presidente é o responsável do governo para as questões da Região
Amazônica.
Perpétua ainda levantou a necessidade de o Governo Federal resolver, urgentemente, os
problemas imediatos que se apresentam nessa pandemia. Segundo a parlamentar, há
estrangeiros em cidades acreanas impedidos de voltarem para seus países e existe um temor
do serviço de inteligência do Estado de uma possível onda de invasão em municípios da
fronteira em busca de alimentos e tratamento.
“Em Assis Brasil, há mais de 300 estrangeiros que não podem retornar para suas cidades de
origem devido ao fechamento da fronteira com o Peru. As notícias sobre a aglomeração desses
imigrantes é de que podem estar contaminados pelo novo coronavírus.
Além disso, muitos bolivianos que costumam fazer compras no Acre, atravessando a fronteira
em busca de feiras e supermercados, estão passando necessidades, e há o risco de travessias
ilegais, o que botaria em risco a saúde dos acreanos”, contou. A deputada pediu que o governo
brasileiro entre em contato com os governos do Peru e Bolívia e tracem um plano para atender
os cidadãos dos países que estão no Acre.
A parlamentar sugeriu a Mourão que seja criado um Centro de Biotecnologia no Acre para
aproveitar as riquezas naturais da região e assim utilizar, de forma sustentável, toda a sua
biodiversidade – o que garantiria a renda daquelas populações.
“O Fundo Amazônia Sustentável tem mais de R$ 8 bilhões em conta que podem ser utilizados
para ajudar o nosso povo. Não adianta só punir o desmatamento na Amazônia, é preciso criar
alternativas de subsistência e dar condições dignas às famílias. Um exemplo claro disso é a
Zona França de Manaus, que, ao ser criada, gerou emprego e renda à população do Amazonas
e reduziu o desmatamento na região”, ressaltou a deputada.