Líder do partido neonazista grego é condenado a 13 anos de prisão
O fundador do partido nazista Aurora Dourada, Nikos Michaloliakos, foi condenado a 13 anos de prisão na quarta-feira (14), uma semana depois da organização ter sido declarada criminosa pelo Tribunal Penal de Atenas.
A sentença do que é considerado um dos julgamentos mais importantes na história política da Grécia, proferida no último dia 7, foi recebida com aplausos na sala de audiência, e muito comemorada por mais de 15 mil pessoas reunidas na frente do Palácio de Justiça. A juíza Maria Lepenioti, que presidiu o processo, declarou que Michaloliakos, e outros membros importantes são culpados de “comandar uma organização criminosa” que ameaça a democracia no país.
A definição das penas para os dirigentes e membros da organização foi anunciada nesta quarta-feira. Ao todo, foram julgadas 68 pessoas, incluindo 18 ex-deputados do partido, entre os quais figuram o euro-deputado independente Yiannis Lagos – que abandonou a agremiação no ano passado – e o ex-porta-voz, Ilias Kassidiaris, que também receberam 13 anos de cadeia.
O Aurora Dourada foi fundado na década de 1980, originalmente como uma organização neonazista. Em 2012, o grupo – que funcionava ilegalmente – resolveu virar partido e disputar eleições parlamentares durante uma grave crise financeira que afetou o país, e teve até 7% dos votos, elegendo mais de 20 deputados. Em 2015, conseguiu eleger a terceira maior bancada do Parlamento grego. No entanto, em 2019, estavam desgastados pelas barbaridades cometidas e não conseguiram eleger nenhum deputado, em meio à pressão popular gerada pelo julgamento de seus membros.
Já Yorgos Rupakias, também membro da organização, foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato do rapper antifascista Pavlos Fyssas, em 2013. Foi depois desse crime que a promotoria começou a investigar membros do partido Aurora Dourada. A mãe do rapper, Magda, tinha comemorado durante a manifestação da semana passada, exigindo uma condenação dura para os fascistas. “Pavlos, você ganhou!”, bradou, diante do tribunal, após o veredicto. Chryssa Papadopoulou, advogada da família de Fyssas, afirmou que a decisão seria “um passo chave para a justiça e para o movimento antifascista” na Grécia e na Europa.
Outros cinco membros do partido foram condenados pela tentativa de assassinato de um pescador egípcio e mais quatro foram declarados culpados pela tentativa de assassinato de sindicalistas.