Estudo conduzido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC chinês) e pela Escola de Saúde Pública da província de Guandong, na China, revelou que as vacinas CoronaVac apresentaram proteção de até 100% para casos graves de covid-19 causadas pela delta e proteção entre 69,5% até 77,7% para a pneumonia causada pela variante.

O estudo publicado na renomada revista científica inglesa, The Lancet analisou dados de 10.813 pessoas, entre maio e junho deste ano. Os voluntários foram divididos em três grupos: não vacinados, parcialmente vacinados (com uma dose) e totalmente vacinados (com as duas doses).

Dentre os indivíduos incluídos na pesquisa, 54,4% eram não vacinados, 28,95% receberam pelo menos uma dose da vacina e 14,6% receberam as duas doses. A maioria dos participantes recebeu pelo menos uma dose ou as duas injeções da Coronavac (51,3% e 58,3%, respectivamente).

No período dos testes, de 21 de maio a 18 de junho, foram confirmados 167 casos da variante delta.

Entre o público da pesquisa, foram contabilizados 102 casos de pneumonia causadas pelo vírus, sendo 85 em pessoas não vacinadas, 12 naquelas com receberam pelo menos uma dose e 5 casos em pessoas totalmente imunizadas. Para quem recebeu as duas doses, a efetividade da vacina foi de 77,7%, caindo para 69,5% quando considerado diferentes fatores como profissão, sexo, idade ou local de residência que influenciaram a exposição ao vírus.

Já para os quadros graves de covid-19 com a delta, houve um registro de apenas 19 casos, todos no grupo dos não No entanto, como o número de casos é relativamente baixo, é preciso aguardar mais estudos para confirmar a efetividade.

 “A vacinação completa é eficaz contra a pneumonia, doenças graves e críticas causadas pela variante B.1.617.2 [delta]. Devem ser feitos esforços para garantir a vacinação completa das populações alvo”, escreveram os pesquisadores.

As descobertas foram publicadas no artigo “Effectiveness of Inactivated COVID-19 Vaccines Against Covid-19 Pneumonia and Severe Illness Caused by the B.1.617.2 (Delta) Variant: Evidence from an Outbreak in Guangdong, China”.

De acordo com o Instituto Butantan, esse é o primeiro estudo publicado sobre a eficácia da CoronaVac na prevenção de pneumonias e casos graves de covid-19 causados pela variante delta.

Anvisa solicita dados adicionais para liberar vacina para crianças e adolescentes. O Instituto Butantan afirmou que irá enviar “o mais breve possível” os dados sobre eficácia da Coronavac à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),

Após a rejeição pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira (18) da proposta de uso do imunizante em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, o Butantan afirmou que irá enviar “o mais breve possível” os dados sobre eficácia da Coronavac neste grupo.

“Todos os dados fornecidos até o momento são satisfatórios para a ampliação do uso pediátrico, porém foram solicitados dados adicionais para demonstrar a segurança e eficácia do uso em crianças e adolescentes, que serão providenciados o mais breve possível”, disse o Butantan na nota.

O instituto, vinculado ao governo do Estado de São Paulo, afirmou que “os dados do estudo de imunogenicidade da Coronavac ainda não foram entregues na sua totalidade à Anvisa por conta de divergências no método de análise”.

A decisão unânime de recusar o imunizante para crianças e adolescentes foi tomada com base em documentos e estudos feitos fora do Brasil. Os testes clínicos realizados no país foram apenas em adultos, mas a agência considera dados de outros países desde que correspondam a seus requisitos.

Até o momento, a Coronavac é liberada pela Anvisa para uso emergencial para pessoas com mais de 18 anos. A Pfizer é, por ora, o único imunizante liberado para ser utilizado por adolescentes de 12 a 17 anos.