Ataque a Kromatorsk (foto) é idêntico a outro com mísseis ucranianos em Donetsk março, com 17 civis mortos

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu aos Estados Unidos e aos países da União Europeia que parem de fornecer armas às forças armadas da Ucrânia após o ataque com mísseis a uma estação de trem na cidade de Kromatorsk que matou dezenas de civis na sexta-feira (8), e que eles falsamente atribuem à Moscou. “Estamos convencidos de que as autoridades de Kiev não escaparão da justiça”, disse em comunicado o ministério. O Comitê de Investigação da Rússia decidiu abrir um processo para investigar o crime e a disseminação premeditada de notícias falsas sobre as Forças Armadas do país.

O ministério denunciou o ataque como um “ato bárbaro de agressão” e disse que isso apenas prova que a Rússia estava certa em lançar sua operação militar para proteger as duas repúblicas do Donbass que havia reconhecido anteriormente. O ataque a Kromatorsk também se assemelha a outro ataque com mísseis que matou 17 pessoas na cidade de Donetsk em meados de março, acrescentou.

As autoridades pediram que a comunidade internacional “faça uma avaliação imparcial” das ações das forças ucranianas e “pare de fornecer armas, além de instar Kiev a abandonar métodos de combate inaceitáveis”.

E não foi por acaso. Cada vez o envio de armas aos fascistas ucranianos é mais explícito. O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou que Washington está correndo para cumprir a lista de desejos de armas da Ucrânia, garantindo que Kiev tenha tudo o que precisa para repelir a Rússia e apoiar o objetivo dos EUA de enfraquecer e isolar Moscou.

“Estamos fazendo tudo o que podemos como Estados Unidos, trabalhando 24 horas por dia para entregar nossas próprias armas e organizar e coordenar a entrega de armas de muitos outros países para que a Ucrânia tenha o que precisa”, reconheceu Sullivan no domingo (10) em entrevista à NBC News. “Armas estão chegando todos os dias, inclusive hoje”, afirmou.

O ataque à estação ferroviária de Kromatorsk custou a vida de 50 pessoas, incluindo cinco crianças, de acordo com as últimas avaliações fornecidas por ambos os lados. Os líderes ocidentais aceitaram a versão de Kiev de que a culpa é da Rússia, a despeito de estar provado que o míssil usado é das tropas ucranianas.

Kromatorsk é uma cidade na parte norte da região de Donetsk e é reivindicada pela República Popular como parte de seu território. Quando as hostilidades eclodiram no leste da Ucrânia após o golpe de Estado iniciado na praça Maidan, em 2014, a cidade permaneceu sob o controle de Kiev.

Acusações falsas

Kiev acusou a Rússia de estar por trás do ataque, alegando que foi um ataque deliberado a civis fugindo do conflito. O presidente Volodymyr Zelensky chamou de outro exemplo do “mal” da Rússia que “não conhece fronteiras”.

Algumas autoridades ucranianas afirmaram inicialmente que a estação foi atingida por um míssil russo Iskander. No entanto, imagens de um fragmento de um míssil Tochka-U usados pelos ucranianos foram tiradas no local e depois surgiram nas redes sociais.

Recentemente, o Pentágono detalhou que o novo pacote de ajuda à Ucrânia incluirá 1.400 sistemas antiaéreos Stinger, mais de 5.000 sistemas antitanque Javelin, outros 7.000 sistemas antitanque, aproximadamente 7.000 armas pequenas, mais de 50 milhões de cartuchos, drones e muito mais.

Outras nações ocidentais que se submetem às políticas dos EUA já prometeram mais apoio militar à Ucrânia após o ataque de Kromatorsk. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou na sexta-feira (8) que Londres enviará ajuda militar adicional à Ucrânia no valor de US$ 130 milhões, incluindo mais mísseis antiaéreos Starstreak e 800 mísseis antitanque.

Ucranianos concluem treinamento nos EUA

A “ajuda” dos EUA não se limita a dinheiro. As forças ucranianas receberam cursos de preparação sobre as armas disponibilizadas, instrumentos, comunicações e manutenção […] e formação tática avançada adicional sobre os sistemas fornecidos pelos EUA à Ucrânia”, afirmou o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, John Kirby.

No domingo (10), o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou com um grupo de soldados ucranianos por videoconferência. Os militares concluíram a formação e treinamento, e devem regressar à Ucrânia.