Cargueiro multifunção KC-390

A Embraer, maior empresa de alta tecnologia do país, campeã mundial de vendas de aeronaves de até 150 lugares, está sendo adquirida pela falimentar empresa americana Boeing.
Uma das consequências dessa “negociata”, que está sendo considerada um crime contra os interesses nacionais, será a transferência para a Boeing de projetos inovadores de aeronaves como toda a linha E 195 E2 de jatos comerciais e do cargueiro militar KC-390, um projeto conjunto da Embraer com a Aeronáutica.
O cargueiro KC-390, a maior e mais moderna aeronave do hemisfério sul, passará a ser produzido e comercializado nos Estados Unidos por uma joint venture formada por 51% da Embraer e 49% da Boeing.
O KC-390 apresenta-se como uma das mais modernas propostas da categoria. Robusto e de alta capacidade tecnológica, o avião se concretizou a partir do conceito e ideais de pilotos e engenheiros da Força Aérea Brasileira.
Já se adaptando à situação de desnacionalização da Embraer, a aeronave militar brasileira passará a ser chamada de Millennium, uma palavra inglesa sem tradução para o português.
A área de jatos comerciais da Embraer, que é lucrativa, será toda adquirida pela Boeing, inclusive a área de engenharia. Este fato prejudicará gravemente os demais projetos, inclusive o KC-390. O setor comercial da empresa de aviação, por ser altamente lucrativa, é quem mais aporta recursos para os demais projetos da Embraer.
Todos os demais projetos são realizados com recursos advindos dos lucros obtidos pelo sucesso comercial dos jatos brasileiros com até 150 lugares. Com a fragmentação da Embraer e aquisição do setor lucrativo da empresa pela Boeing, tudo estará comprometido, inclusive o KC-390, ou Millennium.
O governo está, inclusive, sendo questionado no STF, por não ter impedido, através do poder de veto conferido pela ação especial (golden share) a aquisição da Embraer, maior empresa de alta tecnologia do país, campeã mundial de vendas de aeronaves de até 150 lugares para a falimentar empresa americana Boeing.
A ação foi apresentada pelo PDT e pelo ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, questionando por que o governo não usou o seu poder de veto numa operação tão lesiva aos interesses do país.