Justiça precisa agir contra quem ameaça as eleições, defende general
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, afirmou que as ameaças às eleições de 2022 no Brasil, propaladas por Jair Bolsonaro, são frequentemente repetidas por autoridades que fazem parte do núcleo duro do governo.
Santos Cruz defendeu uma intervenção firme das instituições democráticas para punir esse tipo de atitude.
“A Justiça tem que exigir dessas pessoas a responsabilização legal para o que elas estão fazendo. O problema é que nós não estamos aplicando a lei”, opinou.
“Tem que ser contundente, tem que ser forte nas respostas, e tem que aplicar a lei”, completou, durante entrevista ao portal UOL, na sexta-feira (23).
O militar da reserva ressaltou, também, o risco de que tais atitudes resultem em “violência lá na frente”. O general advertiu que a discussão sobre o voto impresso tem como intenção “causar tumulto”, podendo colocar em risco a credibilidade no processo eleitoral.
“Isso fere frontalmente um fundamento importante da democracia. E não é só esse fato, isso aí vem acontecendo. São pessoas se pronunciando, governante falando que eleição foi fraudada, governante falando que estão preparando para fraudar eleição”, disse.
Além disso, Santos Cruz advertiu que este “não é um assunto da área do Ministério da Defesa”, referindo-se à notícia divulgada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” de que o titular da pasta, Walter Braga Netto, teria enviado um recado ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP/AL), avisando que as eleições presidenciais do ano que vem não ocorreriam, caso não seja reimplantado o voto impresso. Os dois negaram a informação, que foi mantida pelo jornal.
O ex-ministro recomendou que qualquer pessoa que faça ameaças ao processo eleitoral ou divulgue acusações e mentiras sobre fraudes, seja ela militar ou civil, seja responsabilizada pela Justiça Eleitoral.