De janeiro a novembro houve uma escalada de espantosos 32,9%,

As taxas de juros do cheque especial e do cartão de crédito voltaram a subir em novembro. As taxas do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas, que estavam em 317,6% ao ano em outubro, aumentaram para 318,3% ao ano em novembro.
De janeiro a novembro houve uma escalada de espantosos 32,9%, pois as taxas estavam no final de 2018 em 258,4% ao ano. As informações foram divulgadas pelo Banco Central (BC) na sexta-feira (27/12).
Quanto ao cheque especial, a taxa média ficou em 306,6% ao ano em novembro sendo que em outubro tinha se fixado em 305,9% ao ano. Em relação a taxa de 312,6% observada no final de 2018 houve um insignificante recuo de 6 pontos percentuais.
A prática dessas taxas está sendo realizada quando a Selic, taxa básica de juros da economia, está em 4,5% ao ano.
Não é para menos que os bancos realizam superlucros há décadas, inclusive em 2015 e 2016 quando a economia andou para trás, transformando o crédito em obstáculo ao desenvolvimento do país.
Estão aí contratando com o “céu de brigadeiro” dos bancos, milhões de brasileiros que acabam se submetendo a juros extorsivos para complementar a renda arrochada usando cartões de créditos e cheque especial.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio, em novembro, o percentual de famílias endividadas alcançou 65,1%, uma alta em relação aos 64,7% observados em outubro. Assim como aumentou o percentual de famílias que relatou não ter condições de pagar suas contas em atraso. Encabeçando as dívidas está o cartão de crédito, apontado por 78,8% das famílias endividadas.
Segundo a empresa de informações financeiras Economatica, o lucro acumulado do Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil até o terceiro trimestre deste ano é R$ 59,7 bilhões, uma alta de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Numa situação onde 11,863 milhões de brasileiros estão desempregados no trimestre encerrado em novembro e o número de trabalhadores por conta própria, se virando como podem, atingiu no mesmo período o triste recorde histórico de 24,6 milhões de pessoas.
O saldo de todos os empréstimos feitos pelos bancos, em novembro ficou em R$ 3,409 trilhões. Em relação a outubro representa + 1,1%. De janeiro a novembro houve um aumento de + 4,7%. Em 12 meses + 6,3%.