Júlia Arruda assume secretaria do RN voltada às mulheres, juventude e igualdade racial
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A ex-vereadora do PCdoB de Natal (RN), Júlia Arruda, assume nesta semana a Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (Semjidh) com o desafio de seguir na luta para a superação de problemas históricos que atingem populações vulnerabilizadas.
Júlia já esteve à frente da pasta e retorna para dar continuidade ao trabalho que, nos últimos anos, foi feito pela também comunista Olga Aguiar. “Chego ao time da governadora Fátima Bezerra (PT) para reforçar todas essas políticas tão importantes, tão necessárias, e que é tanto a cara do nosso governo popular”, disse Júlia.
Criada no primeiro mandato da governadora Fátima, a Semjidh tem o objetivo de desenvolver políticas públicas voltadas a populações vulneráveis — como negros, mulheres, juventude e LGBTQIA+ — que “muitas vezes eram invisibilizados por outras gestões”, diz Júlia.
Ela lembra que, em 2021, se licenciou do mandato de vereadora para estar à frente da secretaria, “oportunidade em que pude conhecer mais de perto a real situação do estado e colocar em prática muitas das pautas que eu já levava ao nosso mandato na capital, procurando interiorizar e expandir seu alcance”.
Com a experiência acumulada naquela oportunidade, bem como nos quatro mandatos como vereadora, Júlia aposta no diálogo, na articulação política e com os segmentos para impulsionar a atuação da secretaria.
Além disso, salienta, “estou retornando para dar continuidade a todo o trabalho que foi tão bem conduzido pela companheira Olga nesses últimos anos. Seu empenho garantiu dinamismo e avanços fundamentais nas políticas afirmativas aqui do estado do Rio Grande do Norte. Então, as expectativas são as melhores possíveis”.
Conquistas e desafios
Uma das conquistas recentes mais importantes para o público feminino, ainda na gestão de Olga Aguiar, foi a assinatura, em janeiro, de contrato de R$ 19 milhões com a Caixa Econômica Federal para a construção da Casa da Mulher Brasileira em Natal.
Entre os serviços previstos para funcionarem no local estão delegacia especializada, vara judicial, Ministério Público, Defensoria Pública, atendimento psicossocial e apoio para inserção no mercado de trabalho para mulheres vítimas de violência.
Na ocasião, a então secretária destacou que “do ponto de vista da promoção de políticas públicas voltadas para às mulheres vítimas de violência doméstica no estado do RN, estamos dando um grande salto qualitativo. Essa pauta é antiga, reivindicada há décadas pelo movimento de mulheres do Rio Grande do Norte e, finalmente, agora, estamos em vias de concretização”.
Outra iniciativa recente, esta voltada ao público jovem, é o CredJovem, parceria entre o Governo do Estado, por meio da Subsecretaria de Juventude e o Sebrae, com o objetivo de promover a inclusão financeira de jovens interessados em iniciar ou expandir seus negócios, oferecendo crédito facilitado e taxas de juros reduzidas. De acordo com a secretaria, na segunda edição, em 2024, 200 jovens participaram do programa.
Quanto ao enfrentamento ao racismo, uma ação importante foi a realização, no final do ano, de curso voltado para a formação das Relações Étnico-Raciais e o Enfrentamento ao Racismo Institucional na Gestão Pública Estadual.
No caso da população LGBTQIA+, merece destaque o programa TransCidadania, que tem como uma de suas ações a política de permanência estudantil através de bolsas mensais de auxílio de renda e fortalecimento da autonomia financeira no valor de R$ 600.
“A secretaria, assim como todo o estado, ainda vive muitas dificuldades financeiras. Essas limitações orçamentárias requerem, de uma secretária, muita capacidade de diálogo e de articulação política. E a Olga fez isso com maestria, interagindo inclusive com o governo federal. E a Júlia, que também tem muita experiência nessa frente de atuação, vem para agregar e fortalecer ainda mais a luta das mulheres, dos negros, da juventude e da população LGBTQI+”, avalia Divanilton Pereira, presidente do PCdoB-RN.
Julia finaliza dizendo que os “desafios que temos pela frente são enormes, considerando o grau de iniquidade social em que vivemos, mas queremos realmente dar a esses grupos mais vulnerabilizados a atenção e o destaque que eles precisam e merecem ter para que essas desigualdades possam ser superadas”.