Pompeu comporta-se como reles porta-mentiras de Trump contra a China.

Editorial do jornal chinês em língua inglesa ‘Global Times’ (GT) – porta-voz semioficial do governo de Pequim quando quer bater no fígado -, afirmou que o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo “ao mentir publicamente e fabricar acusações contra outros países”, se comporta “como o infame Joseph Goebbels da Alemanha Nazista”, ao invés de como diplomata dos EUA.

O editorial é uma reação às mentiras de Pompeo de que a China estaria “tirando proveito” dos protestos antirracistas nos EUA e que a China se comportaria como a Alemanha Nazista ao “quebrar as suas promessas com o resto da Europa”, em referência à Assembleia máxima chinesa ter aprovado a extensão da lei de segurança nacional a Hong Kong.

Que, aliás, só virou colônia britânica por um século, em conseqüência da guerra imposta por Londres para traficar ópio na China sem ser perturbada.

“Quem se parece com a Alemanha nazista, a China que não trava guerra com ninguém há 32 anos, ou os EUA, que no mesmo período invadiram Panamá e Haiti na América Central, Iraque e Afeganistão na Ásia, Somália na África, e Kosovo na Europa?”, indaga o GT.

Também são os EUA – apontou – que se retiraram de organizações internacionais que ajudam a manter a paz mundial, enquanto, em contraste, a China vem sendo uma firme defensora de um futuro compartilhado sob as Nações Unidas.

“Pior, os EUA lançaram uma guerra comercial sem precedentes e paralisaram a OMC”, acrescenta. Pompeo está “abanando as chamas da divisão mundial e da hostilidade”.

Quanto à “acusação ridícula” de Pompeo de que a China explorava a agitação nos EUA “para seu próprio ganho político”, as autoridades chinesas “foram contidas” ao falarem sobre a situação nos EUA.

“Pequim não declarou que ficaria com os manifestantes, e não propôs ou aprovou qualquer ato que se concentrasse nas minorias étnicas dos EUA ou nos direitos humanos, nem organizou reuniões de diplomatas chineses com manifestantes dos EUA ou líderes de manifestações”, assinalou o GT.

O jornal apontou o “contraste acentuado” desse comportamento do governo chinês com aquilo que Washington tem feito quanto “aos assuntos de Hong Kong e Xinjiang da China”.

Há apenas uma semana, Washington “ameaçou sancionar Hong Kong e o continente chinês pela proposta de lei de segurança nacional que visa proteger a Região Administrativa Especial de Hong Kong”. A publicação também recordou que quando manifestantes incendiaram Hong Kong, políticos dos EUA chamaram isso de uma “bela visão de se ver”.

Como registrou o GT, a pretensa base moral de Washington para fazer preleções aos outros países sobre direitos humanos, inclusive Hong Kong, ficou em destroços pelos “protestos antirracismo nos EUA” e a ameaça do governo federal dos EUA de “lançar os militares para acabar com a agitação”.

O editorial encerra lembrando que a China, uma civilização milenar, já passou “por tempestades maiores” e que é “ingênuo” os EUA pensarem que podem “remodelar a China”.

Antes do jornal chinês fazer essa caracterização de Pompeo, ele, quando era diretor-geral da CIA ficou notório, pelo vídeo que vazou de uma reunião com seus comandados principais, em que, às gargalhadas, e certa módestia, resumiu o trabalho da Agência (e dele): “nós mentimos, nós fraudamos, nós roubamos”.