Jordânia demite ministro da Saúde após mortes por falta de oxigênio
O ministro da Saúde da Jordânia, Nazir Obeidat, e vários altos dirigentes da pasta foram sumariamente demitidos, no sábado(13), após a morte de sete pacientes, vítimas de Covid-19, por falta de oxigênio em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O incidente ocorrido num hospital público de Salt, próximo a Amã, já havia causado a prisão do diretor da unidade, Abdel Razak al Khachman e de quatro funcionários.
Até o momento, as investigações da Procuradoria Geral de Amã, apontam que as mortes foram causados por um corte de energia, que provocou o corte de fornecimento de oxigênio por duas horas. Diante da indignação da população, a polícia precisou cercar o hospital.
A comoção fez com que o rei da Jordânia, Abdulah II se deslocasse até o local. “Como algo assim pode acontecer aqui? Como é que não há oxigênio neste hospital? Isso é inaceitável”, gritou o governante, visivelmente irritado, ao diretor Khachman.
O primeiro-ministro Bisher al Jasauné prometeu que tudo será apurado de forma “transparente e exaustiva’ e nomeou, temporariamente, para a Saúde o ministro do Interior, Mazen Al Faraya. Solidário aos familiares, Faraya também se comprometeu a esclarecer o que causou o corte de energia e a punir os culpados.
“Todos os responsáveis por esta decisão sofrerão as consequências de acordo com as disposições da lei”, reiterou Al Jasauné em nota divulgada.
‘Este é um erro grosseiro que não pode ser justificado ou aceito. Sinto vergonha disso e não vou justificá-lo’, disse o primeiro-ministro.
“De acordo com um novo relatório, quatro homens e três mulheres com mais de 40 anos morreram”, disse Adnane Abbas, diretora nacional de medicina legal. “Depois da necropsia e das amostras de pulmão das vítimas, há indícios claros de que as mortes ocorreram por falta de oxigênio”, acrescentou.
O governo fez uma conclamação para que se estabeleça o estado de alerta em nível máximo em todas as unidades hospitalares para evitar que se produza qualquer incidente semelhante.
A Jordânia tem registrado uma retomada extraordinária de casos nas últimas semanas até registrar os piores dados desde o começo da pandemia, que deixou mais de 465.000 contagiados (7.700 nas últimas horas) e 5.200 mortos em todo o país de 10 milhões de habitantes.