Joe Sims, um dos líderes do Partido Comunista dos Estados Unidos  

Com a revolta nacional sobre a execução pública de George Floyd e o uso da força militar por Trump na Praça Lafayette, em Washington, o país entrou em um período extremamente perigoso. A violência policial racista institucionalizada, sempre presente, está agora no centro da crise econômica provocada pelo COVID.

Por Joe Sims*

A pandemia, juntamente com o levante contra a violência racista, aumentou dramaticamente as apostas a esse respeito. Os manifestantes, cientes do perigo de infecção, após semanas de confinamento pelo COVID, estão literalmente arriscando suas vidas para protestar. Eles têm pouco a perder quando seus empregos desaparecem e em suas comunidades morrem de três a quatro vezes mais pessoas do que a taxa de todos os outros locais.

A revolta criou um ponto de inflexão. Mas, em vez de mostrar liderança e resgatar programas e propostas de emergência que correspondam à escala da crise, os conservadores no Congresso param. Os pagamentos do seguro desemprego, por exemplo, devem acabar em apenas oito semanas. Os republicanos do Senado, no entanto, se recusam a aprovar a extensão contida na Lei dos Heróis, aprovada pela Câmara.

Um verão longo e quente de fome, doenças, desemprego e agitação civil certamente ocorrerá, a menos que algo seja feito. Mas como e o que? As respostas estão sendo escritas nas ruas do país: como observou Frederick Douglass, “o poder não concede nada sem luta“. Mas lutar em torno de quais questões, para onde e com quem?

“As advertências contra o fascismo, divorciadas das principais questões que as pessoas enfrentam no dia a dia, são inadequadas”

Tome a questão do perigo da extrema-direita. Trump pressionou as milícias de direita para “libertar” as capitais do Estado, exigindo o fim do isolamento social – um ato sem precedentes do chefe do país e que exigia uma resposta rápida e indignada. Em vez disso, os conservadores ofereceram desculpas ao “bom rapaz” enquanto os liberais se afligiam – um enorme fracasso de liderança nos dois casos. Seja porque eles falharam amplamente em reconhecer o impulso fascista por trás do governo de Trump ou por falta de coragem, pouco importa. Se Trump continuar sem ser contido, a “liderança” do país será incapaz de se salvar, muito menos salvar a nação.

É importante ressaltar que a alta hierarquia militar do país manifestou sua reprovação à infame “Batalha da Praça Lafayette”, mas mesmo assim a ameaça permanece.

É duvidoso, no entanto, que, mesmo que o perigo fosse reconhecido de maneira mais ampla, seria suficiente para impedir um segundo mandato de Trump. As advertências contra o fascismo, divorciadas das principais questões que as pessoas enfrentam no dia a dia, são inadequadas. Apelos negativos, seja em eleições ou movimentos, raramente vencem. Martin Luther King Jr. entendeu isso. Por mais que a Marcha de 1963 em Washington fosse contra o racismo, os organizadores a definiram em termos positivos como uma manifestação pelos Direitos Civis, pela paz e pelo emprego. Campanhas e movimentos bem-sucedidos são estruturados em torno de perspectivas progressistas e orientados para questões objetivas. As pessoas precisam de algo para se apoiar: uma plataforma que defenda seus interesses e necessidades.

Os candidatos responderão avançando e lutando por uma plataforma que lide com a magnitude da crise? Quais são os problemas? De imediato é o policiamento, que agora é uma questão central na campanha presidencial. Pedidos de câmeras corporais, “policiamento comunitário” e outras medidas propostas durante a Revolta de Ferguson dificilmente serão suficientes. A força policial de Minneapolis passou por uma série de treinamentos da sensibilidade, nenhum dos quais parece ter funcionado para Derek Chauvin.

Atender às demandas, há muito repetidas, para monitorar assassinatos policiais com um banco de dados nacional pode ser um pequeno passo na direção certa, mas e a partir daí? As pessoas exigem que os grupos supremacistas brancos que se infiltraram e recrutaram adeptos nos departamentos de polícia sejam eliminados imediatamente. Os conselhos de controle da comunidade devem supervisionar a contratação e a demissão da polícia. E enquanto fazemos isso, não devemos parar por aí: é preciso desmilitarizar e cortar orçamento dos departamentos policiais (1).

Defund the police, corte orçamento da polícia, exige a manifestante

Mais amplamente, reformas radicais do policiamento e de todo o sistema de justiça criminal estão na ordem do dia. Mas, para começar temos que pôr fim ao Racial Profiling (2), a lei “three-strikes-you’re-out” (3) e às disparidades de sentença. A prática abominável de tratar crianças como adultos também precisa ser abolida. Mesmo o próprio papel das prisões, onde as taxas de infecção e mortalidade são astronômicas, exige mudanças.

Para aqueles que podem dizer “impossível”, “utopia” ou “você vai perder a classe média”, os afro-americanos poderiam muito bem responder: “Lembrem-se da Carolina do Sul!” O voto afro-americano na primária daquele estado mudou drasticamente a dinâmica das eleições (4). Embora Sanders fosse o melhor candidato, os eleitores negros demonstraram seu poder, o que pode muito bem determinar as eleições de novembro.

Além da questão do policiamento, a crise pandêmica e econômica exige que abordemos questões e demandas que também falem das profundas desigualdades em nosso país.

– Os republicanos, apoiados por grandes empresas, estão tentando forçar os trabalhadores a voltar ao trabalho, e contrair o COVID-19, sob pena de perder a indenização por desemprego. Isso deve ser rejeitado com todo o desprezo que merece.

– A taxa de desemprego, já de quase 25%, é o dobro do número nas comunidades negras e pardas e ainda maior entre os jovens, talvez o triplo. As propostas de trabalhos em obras públicas, já em consideração, demandam soluções para superar as disparidades raciais – soluções geralmente chamadas de ações afirmativas.

– A situação dos trabalhadores imigrantes sem documentos, deixada de fora do primeiro pacote de estímulo, não pode ser ignorada. O status quo dos campos de detenção infectados com COVID na fronteira também não pode continuar. Esses trabalhadores devem ser libertados, como exigiu o “Hispanic Caucus” (5).

– Manter os trabalhadores da linha de frente seguros e protegidos, continua sendo, é claro, uma das principais preocupações. Com milhões perdendo o seguro de saúde devido à perda de emprego, o direito à assistência médica é fundamental. Nessa situação, a demanda pelo Medicare for All (6) tem nova relevância.

– O alívio da dívida familiar e dos estudantes, que representa um pesado fardo para as famílias da classe trabalhadora, deve receber atenção renovada nos próximos meses. O cancelamento da dívida, ou um “jubileu da dívida” (7), uma proposta inédita, pode muito bem ser um meio simples e eficaz de liberar dinheiro e aumentar o poder de compra dos trabalhadores.

– Outra questão importante é auxiliar a organizar os trabalhadores desempregados, ligando-os aos sindicatos locais e ajudando-os a receber benefícios de desemprego, pagar os serviços públicos e colocar comida na mesa. Chegou a hora de construir um movimento para os conselhos de desempregados (8).

Essas são algumas das questões em torno das quais as coalizões por empregos e justiça podem ser construídas. O objetivo é construir movimentos independentes de baixo para cima no contexto dessas batalhas, antes e depois das eleições. A revolta está dando a isso nova vida e urgência imperativas. Muitos jovens estão sendo presos e precisarão de fiança e assistência legal, além de apoio político e moral. Como a revolta pode ser conectada aos esforços para acabar com a supressão e remoção dos eleitores (9) e para garantir que as pessoas tenham comida, abrigo, renda e testes COVID gratuitos?

A importância da amplitude na batalha eleitoral

As coalizões eleitorais devem ser amplas e diversas para derrotar a extrema direita. Por que a ênfase na amplitude? Simplificando: nenhuma força social pode vencer a batalha sozinha – trabalhadores, pessoas de cor, mulheres, jovens, pessoas LGBTQ, nenhuma. As forças agrupadas dentro e ao redor do governo Trump são poderosas demais e o perigo é grande demais.

À medida que as coalizões crescem e amadurecem, deve ser dada atenção especial à representação das demandas e interesses dos trabalhadores em primeiro lugar. De fato, a classe trabalhadora deve colocar sua “marca” na batalha pela democracia, moldando a unidade, formulando pautas, priorizando demandas, engajando os desgarrados, resistindo às divisões e mantendo os olhos no objetivo principal.

Quanto maior a amplitude da coalizão, mais urgente isso é. A presença de diversas forças de classe no movimento anti-Trump aumentará compreensivelmente perigos e receios. Isso não dilui a luta? Desvia-a, gera ilusões e, pior, corre-se o sério risco de cooptação? Na pressão da vida real, a resposta é sim. Daí a necessidade de políticas, estruturas e plataformas independentes da classe trabalhadora.

Enquanto pressionamos em torno das nossas pautas, no seio das coalizões devemos trabalhar para mudar o equilíbrio de forças. Isso significa criar um campo de disputa mais favorável para exercitar o poder das pessoas por baixo. O equilíbrio de forças pode ser alterado através da luta por reformas e na arena eleitoral. É nessas lutas que o capital político, o capital da experiência, o capital organizacional e até o capital ideológico podem ser construídos, estabelecendo a base para uma mudança revolucionária e transformadora.

Participar da luta eleitoral não é tanto apoiar partidos políticos, mas construir movimentos e eleger candidatos que apoiam a plataforma trabalhista. Não se trata de endossar campanhas, emprestar “apoio crítico” ou apoiar candidatos como se uma eleição fosse um concurso de personalidade. Participar é promover as pautas e movimentos que dão vida às campanhas. As campanhas são os veículos dentro dos quais partes importantes da luta democrática e de classe são realizadas.

Os cargos públicos devem ser disputados sempre que possível: conselhos escolares, conselhos municipais, comissões do condado, legislaturas estaduais etc. É nesses órgãos que são tomadas decisões sobre zoneamento, currículo escolar, procedimentos de policiamento e pavimentação de ruas, o que é essencial para o dia-a-dia. Uma abordagem da classe trabalhadora às eleições significa focar nas pautas, criar movimentos em torno delas, lutar por sua presença nas plataformas eleitorais e participar das estruturas sindicais independentes durante as campanhas.

Em breve, os sindicatos iniciarão o registro de eleitores e as unidades de votação. Os sindicatos mantêm, há algum tempo, uma estrutura eleitoral independente, incluindo listas separadas de captação de recursos, e-mail e mensagens de texto, além de bancos de dados com números de telefones. Eles também dirigem seus próprios candidatos. Essa estrutura eleitoral é uma forma extremamente importante de independência política, separada dos partidos democrata e republicano. Permite focar nas pautas, construir alianças entre trabalhadores e comunidade e maximizar a participação para alterar o equilíbrio de forças em uma eleição.

Os sindicatos, juntamente com pessoas de cor e vários movimentos democráticos, civis e de direitos ambientais, usam amplamente o Partido Democrata como veículo. Como é sabido, as grandes empresas também fazem uso do Partido Democrata. De fato, eles dominam os dois partidos, com mais setores de direita preferindo o Partido Republicano e o restante operando dentro da órbita dos democratas.

A dominação do Partido Democrata pelo grande capital leva muitos a argumentar que não é apenas um veículo imperfeito, mas que reproduz repetidamente a subordinação do movimento trabalhista – isso é inegável. No entanto, um veículo imperfeito ainda assim é um veículo, e Bernie Sanders, Alexandria Ocasio-Cortez e outras pessoas nos movimentos afro-americano, latino, feminino e trabalhista realizaram campanhas eficazes por meio dele.

Ao mesmo tempo, campanhas independentes e concorrentes não-partidários são uma opção importante. As únicas questões de princípios envolvidas aqui são não eleger acidentalmente direitistas e a necessidade contínua de lutar pela independência política e a presença comunista sempre que possível. Isso deve incluir candidatos capazes.

Em uma corrida em que existem apenas dois veículos viáveis, você pode escolher o que você gostaria de ter, mas, no final das contas, deve usar o que está na estrada – ou isso, ou dar de ombros e deixar a disputa. Visualizar o desenvolvimento dos fatos do lado de fora pode fazer com que você se sinta imaculado e, portanto, melhor, mas eis a questão: a votação é mais uma questão de sentimentos individuais ou de participação em um ato coletivo?

Alguns afirmam que o motorista de um veículo, embora imperfeito, é menos imperfeito que um outro, o que é conhecido popularmente como política do “mal menor”.

A política do mal menor implica uma escolha entre duas opções imorais. Mas as eleições não são sobre moralidade abstrata. Em um nível micro, as eleições permitem que os trabalhadores determinem onde batalham, seja contra juízes da corte federal de opinião fascista ou apoiando juízes que defendem os direitos civis. Isso se aplica também ao envolvimento com agências que são  “raposas tomando conta do galinheiro” ou as que protegem os direitos trabalhistas e o meio ambiente, ou ainda espaços eleitorais nos quais um milhão de votos foram suprimidos ou nos quais os eleitores têm fácil acesso à votação.

Mais amplamente, porém, o terreno da luta política é o sistema bipartidário extremamente limitado. Isso também requer uma reforma radical. Raramente os movimentos dos trabalhadores e do povo escolhem o terreno em que lutam. A luta democrática e de classes não é primariamente sobre abstrações universais, mas sobre interesses concretos em situações específicas e como melhor é seguir adiante quando confrontada com um caminho limitado. Um exemplo clássico disso é quando Lênin defendeu uma ampla coalizão contra o czar. Os trabalhadores tinham um interesse objetivo em se coligar com o campesinato e o capital emergente contra um sistema feudal em decomposição. No entanto, ninguém argumentaria que a posição de Lenin implicava um “endosso” aos cadetes russos.

Simbolo do PC dos Estados Unidos

Na luta contra a escravidão, Karl Marx trabalhou para emprestar ajuda a Lincoln e ao Partido Republicano contra Jefferson Davis e a escravidão. A classe trabalhadora tinha então interesse em derrotar a escravidão. Marx não endossou Lincoln nem o viu como um mal menor. Não era assim tão simples. A política burguesa é um negócio complexo e não se encaixa perfeitamente nas categorias morais do bem e do mal.

Pequenos movimentos democráticos e operários podem não conseguir escolher seu terreno, mas podem escolher sua independência, auto-organização, sistema de ideias e capacidade de luta. E com isso, tudo se torna possível.

Na Ilíada de Homero, Ulysses, em sua jornada, foi confrontado com duas opções difíceis: o monstro marinho Scylla ou seu colega Charybdis, finalmente decidindo que as chances de sua tropa eram melhores com Scylla. Eles navegaram e viveram.

Para desenvolver a analogia de Homero, no oceano da política burguesa do século XXI, é preciso navegar dois redemoinhos, em apenas dois navios, dois veículos. Hoje temos o navio de estado liderado por neofascistas e Trump, ou o comandado pela oposição democrata.

Biden e Sanders, representando dois dos principais campos democratas, estão alinhando suas forças e desenvolvendo caminhos que esperam que levem o país adiante. Mas navegam em águas desconhecidas e turbulentas – uma revolta democrática em massa contra o racismo, combinada com uma crise de saúde, econômica e política sem precedentes. Os planos feitos hoje provavelmente serão desfeitos pelas tempestades políticas de amanhã. Política significa navegar nesta tempestade.

Se Trump for derrotado, o novo governo será confrontado por enormes tarefas. Muito dependerá do tamanho e da qualidade do mandato eleitoral. Sem dúvida, o poder executivo e o Congresso enfrentarão uma tremenda pressão para resolver a crise no interesse dos grandes negócios. Com os democratas tendendo à direita em questões de política externa, a intervenção nos assuntos de outros países terá que ser fortemente combatida.

Também sobre questões domésticas, trabalhadores, grupos de direitos civis e comunidades terão que lutar com unhas e dentes para garantir que seus interesses sejam atendidos. Não será fácil, pois muitos irão desejar dar à nova administração um espaço para respirar e irão relutar em enfrentá-la – mas isso seria um grande erro. Afinal, a pressão de massa organizada a partir de baixo é a única garantia de avanços.

Mais uma vez o poder não concederá nada sem ação; ou, em outras palavras: a única coisa que nos salvará, somos nós.

Notas:

1 – A palavra de ordem “defund the police” (corte orçamento da polícia, em tradução livre) tornou-se um grito de guerra nos protestos que sacodem os EUA. Segundo explica o The Guardian: “Durante anos, grupos comunitários têm defendido cortes no financiamento da aplicação da lei – tirando dinheiro da polícia e prisões e reinvestindo esses fundos em serviços. O princípio básico é que os orçamentos governamentais e os gastos com ‘segurança pública’ devem priorizar moradia, emprego, saúde comunitária, educação e outros programas vitais, em vez de repressão policial”. (NT/i21)

2 – Racial Profiling – Expressão usada nos EUA para definir a ação policial ou judicial baseada no critério da cor da pele ou etnia. (NT/i21)

3 – Alguns estados aprovaram uma polêmica lei, chamada pelo povo de three-strikes-you’re-out, segundo a qual se um indivíduo cometer três vezes um mesmo delito pode ser condenado à prisão perpétua. (NT/i21)

4 – Biden surpreendeu ao vencer com facilidade a primária da Carolina do Sul, conquistando 61% dos votos negros, enquanto Sanders recebeu apenas 17% destes votos.

5 – Congressional Hispanic Caucus (CHC) – Conselho Hispânico do Congresso, é uma organização de membros democratas do Congresso dos Estados Unidos de ascendência hispânica e portuguesa. Caucus dedica-se a expressar, através do processo legislativo, questões que afetam hispânicos e latinos nos Estados Unidos. O CHC foi fundado em dezembro de 1976 como uma organização de serviço legislativo da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Atualmente tem 38 membros, 2 senadores, 34 representantes (deputados) e dois delegados sem direito a voto. (NT/i21).

6 – Medicare for All – Proposta do Senador Bernie Sanders, de transformar o plano público Medicare, atualmente de alcance e eficácia muito limitados, em um plano que faça com que “todos os residentes nos EUA, incluindo imigrantes sem documentos, tenham acesso à cobertura de saúde”. Ao reapresentar a proposta no dia 10/4/2020 (já havia apresentado em 2016), apenas 14 dos 45 senadores do Partido Democrata (o partido de Sandres) concordaram em copatrocinar a iniciativa, o que mostra a dificuldade de prosperar a proposta entre os 53 republicanos e 02 independentes que completam as 100 cadeiras da Câmara Alta americana. (NT/i21).

7 – Debt jubilee – Alguns economistas americanos defendem que as dívidas das famílias estadunidenses representam um forte incentivo à recessão, e propõem o cancelamento parcial ou mesmo total das dívidas, principalmente daquelas contraídas durante o período da pandemia.  O economista e acadêmico Michael Hudson, em artigo publicado no Washington Post de 21/3, diz que é preciso “reconhecer a verdade fundamental de que, quando as dívidas crescem demais para serem pagas sem reduzir os devedores à pobreza, a maneira de manter a sociedade unida e restaurar o equilíbrio é simplesmente cancelar as dívidas incobráveis”. Para ele, “mesmo antes do surgimento do novo coronavírus, muitas famílias americanas estavam ficando para trás com empréstimos para financiar seus estudantes, empréstimos para automóveis, cartões de crédito e outros pagamentos. As despesas gerais da dívida americana estavam precificando sua mão-de-obra e indústria fora dos mercados mundiais. Uma crise da dívida acabou sendo inevitável, mas a covid-19 tornou-a imediata”. (NT/i21).

8 – Os Conselhos de Desempregados dos EUA eram uma organização de massa do Partido Comunista dos EUA, criada em 1930, em um esforço para organizar e mobilizar trabalhadores desempregados. (NT/i21).

9 – Diversos estado americanos têm leis que dificultam o exercício do direito ao voto, atingindo principalmente os mais pobres. Alguns estados incluem, para poder votar, a exigência de diversos documentos além da identidade, tornando o processo custoso e demorado, em outros estados os condenados por qualquer crime perdem de forma perpétua o direito a voto mesmo tendo cumprido a sentença, etc. (NT/i21).

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