Na solidão do confinamento humano, um tempo de reflexão, um tempo que primazia a existência do reino animal, das florestas em sussurros, dos mares em silêncio, da quietude da Natureza, que se move e exige mudanças.

Por João Vicente Goulart*

A humanidade se deteve, as necessidades do homem estão em debate, os privilégios da riqueza calam, a mobilidade só opera em favor da rebeldia dos bichos, o poder aquisitivo se rende ante a morte, e a vida deve ser repensada.

O ser humano repensa sua existência planetária e vê, por força de uma tragédia celestial, a insensatez do capitalismo no processo de acumulação e lucros, que a essência do existir, passa inegavelmente pela relação humana, transportada pela coexistência com solidariedade, humanismo, comunidade, e solidariedade, mostrando aos seres humanos que não são deuses, nem donos de seu destino.

Os clubes das elites, os carrões de luxo, os iates, cassinos, jatinhos e luxurias, as compras na 5ta. Avenida do charme da “Big Apple”, ou do “Harrods” na Londres imperial, se rendem à realidade de que não estamos nesta jornada para sempre.

Estamos apenas de passagem, e não devemos desafiar as forças de energia onipresente que nos governa pois aprenderemos à força que o nosso último suspiro, soprando o Coronavírus, nos mostrará que não fomos meritocratas suficientes, com os bolsos cheios, para evitar a morte.

É a revolução dos céus que atinge a Terra.

O Planeta nos mostra sua força, cansado de abusos, lavrado em feridas, tingido de fumaça e carregando a humanidade nas costas pululantes e sangrentas, pela incompreensão do relacionamento com a vida, pela indiferença de desigualdades que criamos, sem darmos atenção a nossos seres vivos e semelhantes.

A revolução se instalará trazendo um novo sentimento, de mudanças profundas, espirituais, metafísicas, existenciais e coletivas para se conviver em sociedade. Tudo por uma força, até agora desconhecida.

Coronavírus é o nome do alerta e a realidade da reflexão.

Até quando não diremos um ao outro: vamos caminhar juntos?

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