João Goulart: “Assassinato de Soleimani é uma ilegalidade monstruosa”
O presidente do Instituto João Goulart, o ex-deputado João Vicente Goulart, estará na segunda-feira (6) na Embaixada da República do Irã, em Brasília, representando o PCdoB, para prestar solidariedade ao país pela morte do general Qassem Soleimani, assassinado com um míssil disparado por um drone, na madrugada do dia 3 de janeiro, em Bagdá, por ordem de Donald Trump.
“O que aconteceu nesse assassinato do General Soleimani é de uma ilegalidade monstruosa, inclusive dentro dos parâmetros internacionais das Nações Unidas, violando inclusive a Constituição Americana, pois foi um ataque a uma autoridade constituída de um país integrante, e não a um terrorista internacional, procurado por vários países da ONU”, afirmou João Vicente.
O filho do ex-presidente João Goulart, o Jango, que foi derrubado por um golpe de estado orquestrado pelo governo dos Estados Unidos em 1964, enfatizou que o que ocorreu agora com o general iraniano foi um assassinato e uma violação das leis internacionais.
“Se trata de um assassinato, por ordem presidencial do próprio Trump, violando a soberania mundial”, destacou.
Ele lembrou que em 2011 esteve em Teerã participando da Primeira Conferência Contra o Terrorismo. Na ocasião, João Vicente Goulart pronunciou um discurso que ficou registrado nos anais da conferência.
Na ocasião, afirmou que o Brasil havia vivido “20 anos com o uso da tortura, do assassinato, do sequestro, das perseguições, do exílio, das prisões, da censura, da tirania e tantos outros malefícios implantados em muitos países da América Latina como consequência da política hegemônica de intervenção dos Estados Unidos desenvolvida depois da segunda guerra mundial”.
João Vicente fez um paralelo com o que havia ocorrido no Irã em 1953, quando os EUA derrubaram um governo nacionalista para assaltar o petróleo do país.
“Assim como aconteceu aqui no Irã em 1953, em que se derrubou a democracia e se instalou o regime autoritário do Xá Reza Pahlevi, a partir da década de 50, a maioria dos países latino-americanos sofreu um golpe de Estado, patrocinado do exterior, que violou sua soberania, derrubou a democracia e impôs um regime à feição dos Estados Unidos”, discursou, à época.
Com essa manifestação de solidariedade, João Goulart se soma a diversas outras lideranças políticas, Chefes de Estado, personalidades, parlamentares de diversos partidos e até representantes da ONU, que repudiaram o atentado que levou à morte o general Soleimani.
Leia o pronunciamento de João Vicente Goulart na Conferência de Teerã contra o terrorismo