Márcio Jerry: “Não há nada no acordo que ameace a soberania do Brasil”
O vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), concedeu entrevista à TV 247, nesta terça-feira (22), sobre a implementação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) para uso do Centro de Lançamentos de Alcântara. Depois da entrevista, o acordo foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
No vídeo, o parlamentar trata de detalhes do acordo e tira muitas dúvidas enviadas por internautas em torno do AST. Explica, por exemplo, que sua aprovação não significa a entrega da centro de lançamento para norte-americanos e ressalta que trata-se da possibilidade de uso futuro da base por empresas de todo o mundo. Ressalta, ainda, que estas serão operações civis, e não militares. Informa, também, que o AST não prevê, ou aponta de qualquer maneira, para a remoção das famílias quilombolas que vivem na região.
Jerry explica, inclusive, que apesar de ter sido assinado no governo Bolsonaro, o AST começou a ser desenhado antes e vinha sendo debatido desde o governo Dilma Rousseff. Para o comunista, o pacto precisa ser encarado como uma oportunidade:
“Não podemos ancorar as possibilidades que surgem para o país às conjunturas, ao governo Bolsonaro, um governo que passará. O Brasil precisa dar uma utilização rentável para o Centro Espacial de Alcântara e apenas a permanente vigilância poderá resguardar defesas importantes como a soberania e os direitos dos quilombolas, ao mesmo tempo em que permite a reinserção do Brasil no mercado aeroespacial mundial”, afirmou.
Selado entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil em março deste ano, o AST estabelece a utilização de tecnologia norte-americana para o desenvolvimento e o lançamento de satélites no Centro de Lançamentos de Alcântara (MA), em troca da proteção e sigilo dos dados formulados em solo brasileiro.
O parlamentar reafirmou o compromisso do PCdoB para que o Centro Espacial se torne um empreendimento econômico rentável, capaz de trazer melhorias significativas para o desenvolvimento local, regional e nacional.
Assista à íntegra da entrevista produzida pela TV 247: