Jerrold Nadler, presidente do Comitê de Justiça da Câmara, durante audiência em Washington.

O presidente do Comitê Judiciário da Câmara de deputados dos EUA, o democrata Jerrold Nadler, disse no domingo (8) que está confiante no caso contra o presidente Trump antes de uma votação sobre impeachment. “Temos um caso muito sólido”, afirmou à CNN no domingo. “Acho que o caso, se apresentado a um júri, seria um veredicto de culpado em cerca de três minutos”, acrescentou.

Caberá ao Comitê Judiciário redigir as acusações contra Trump, decorrentes do inquérito de impeachment na Câmara, a ser encaminhado para deliberação do Senado, caso seja aprovado na Câmara, o que é tido como certo, já que é controlada pelos democratas.

Nadler também rechaçou as “bobagens dos republicanos” de que as evidências são “sobre boatos”, acrescentando que há “evidências diretas consideráveis”.

“E caberá a um presidente ou a seus partidários dizer que você não tem evidências diretas suficientes quando a razão pela qual não temos evidências ainda mais diretas é que o presidente ordenou que todos no ramo executivo não cooperassem com o Congresso no inquérito de impeachment, algo sem precedentes na história americana e que afronta o Congresso por si só”, afirmou Nadler.

Para o chefe do Comitê, o testemunho que temos “são de pessoas patrióticas de espírito público na CIA, no Pentágono, na própria Casa Branca” que se apresentaram e desafiaram as ordens do presidente e “testemunharam”, asseverou.

Segundo Nadler, se Trump ou os republicanos tivessem “qualquer evidência” que o isentasse das acusações, eles “a teriam apresentado”.

Ele antecipou que irá rejeitar as testemunhas do Partido Republicano como parte da próxima audiência de impeachment, chamando as testemunhas solicitadas de “não relevantes” para as alegações.

Ele citou o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, como uma das testemunhas cuja convocação será descartada, alegando que “não testemunhou nenhuma das ações [de Trump] e, portanto, não é relevante chamá-la como testemunha”. A razão que, segundo os republicanos justificaria o depoimento seria o fato de que o denunciante inicial, que ouvira de segunda mão a denúncia do telefonema de Trump a Zelensky, antes de apresentar a queixa, procurou ajuda de assessores de Schiff.

Nadler disse que é “possível” que a Câmara realize uma votação nos artigos de impeachment ainda nesta semana. Na semana passada, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, determinou que o Comitê Judiciário redija as acusações para impeachment a serem votadas pelo Senado.