A tradicional Santher (Fábrica de Papel Santa Therezinha S.A), fundada há 81 anos, foi adquirida por multinacionais japonesas. Fabricante das marcas Personal, Sym, Snob e Kiss, entre outras, a empresa se destaca no mercado de consumo de higiene e cuidados pessoais, papéis para uso industrial e soluções de higiene para indústrias, estabelecimentos comerciais, empresas e hotéis.
Sua alienação foi anunciada na quinta-feira (27) com a desnacionalização de 100% das ações ordinárias para a joint venture H&PC Brazil Participações S.A., controlada pelas japonesas Daio Paper Corporation (51%) e Marubeni Corporation (49%), ambas com sede em Tóquio no Japão. O negócio movimentou R$ 2,3 bilhões.
Atuando nos segmentos de papéis sanitários, lenços de papel, guardanapos, toalhas de papel, protetores e absorvente femininos, fraldas e lenços umedecidos, a Santher tem duas marcas destacadas: o papel higiênico Personal, com uma sólida liderança no mercado, e o papel toalha Snob.
A produção atual é de 180 mil toneladas/ano de papel, volume que a coloca entre as maiores do setor no mundo em capacidade de produção e é a quarta maior fabricante de fraldas descartáveis infantis e absorventes femininos.
A fábrica começou suas atividades na zona leste de São Paulo pelas mãos do imigrante libanês Fadlo Haidar que chegou ao Brasil em 1921. Inicialmente com a produção para papel para embalagens. Possui três unidades fabris em São Paulo, Bragança Paulista e Passo Fundo (RS).
Em 2019, 374 empresas deixaram de ser brasileiras. As aquisições de empresas brasileiras por estrangeiros cresceram 19%, na comparação com o ano anterior. Ao todo, de 2004 a 2019 foram desnacionalizadas 3.407 empresas.
O resultado tem como base dados do relatório de fusões e aquisições da KPMG, descrito pela consultoria como “cross border 1” (cb1), “Empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil”.
A Santher apresentou receita líquida de R$ 1,56 bilhão em 2019, alta de 5,4% sobre 2018, com lucro de R$ 30 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 5,2 milhões do ano anterior. O Ebitda alcançou R$ 179,8 milhões, crescimento de 49%. Os dados são preliminares.