Japão despejará no mar água tratada da usina de Fukushima
O governo do Japão anunciou nesta terça-feira (14) que lançará ao oceano Pacífico um milhão de toneladas da água da usina nuclear de Fukushima para desativar a central que ficou destruída após o tsunami de 2011.
Governos como os da China e da Coreia do Sul, além de dezenas de organizações de pescadores e ecologistas já se manifestaram terminantemente contrários à decisão.
Vizinhos do Japão, como China ou Coreia do Sul, manifestaram sua oposição à decisão. O chanceler chinês declarou que “a ação é extremamente irresponsável e prejudicará gravemente a saúde pública e a segurança internacional, bem como os interesses vitais dos povos dos países vizinhos”.
O presidente sul-coreano, Moon Jae In, disse que está estudando a possibilidade de entrar com um processo contra a ação japonesa no Tribunal Internacional para o Direito do Mar. O caso foi relatado pelo porta-voz da Presidência sul-coreana Kang Min Seok.
Por outro lado, Seul reclamou que o plano não foi consultado com os países da região..
As autoridades japonesas asseguram que despejar a água ao mar seria uma opção segura com os tratamentos de depuração “adequados”, mas essa não é a opinião de especialistas.
O que os japoneses chamam de Sistema Avançado de Processamento de Líquidos, não elimina isótopos como é o caso do derivado de hidroênio, o trítio que é majoritariamente avaliado como daninho à saúde. Artigo científico de 2014, citado pela Reuters, aponta que a sua ingestão em grandes quantidades pode representar risco de câncer.
Especialistas como Ken Buesseler, pesquisador do Woods Hole Oceanographic Institution, em Massachusetts, que estudou as águas acumuladas ao redor de Fukushima, garantem que sua preocupação não está apenas neste isótopo, mas nos “altos níveis de outros poluentes que são mais perigosos para a saúde e se acumulam mais nos animais e nos sedimentos marinhos”.
O Departamento de Estado dos EUA informou que “diante desta situação única e complexa, o Japão pesou as diferentes opções e suas consequências, foi transparente em sua decisão e parece ter adotado uma posição de acordo com os padrões globais de segurança”, ao que os chineses, a exemplo do editor do portal Global Times, Hu Xijin, contestaram.
“Os EUA pensam que, por estarem longe do Japão correm o menor risco”, declarou Xijin, “mas as correntes oceânicas significam que os oceanos são um só e eles vão enfrentar o mesmo risco no futuro”.