Janela partidária: denúncias de compra de deputados envolvem o PL
A janela partidária, período em que os parlamentares podem trocar de legenda, foi marcada por promessas de milhões de reais para a campanha eleitoral e controle regional do partido.
A janela se encerrou na última sexta-feira (1º/4), mas os partidos têm mais tempo para informar as mudanças à Câmara e Eleitoral, o que deixa dúvidas sobre o tamanho exato de cada partido.
Com as ofertas de milhões de reais para a campanha eleitoral, o PL, presidido por Valdemar da Costa Neto e novo partido de Jair Bolsonaro, se tornou o maior partido da Câmara dos Deputados, com mais de 70 representantes. Valdemar da Costa Neto já foi condenado e preso por corrupção.
O crescimento se deu por conta da chegada dos deputados bolsonaristas que estavam no União Brasil, que nasceu da fusão do PSL e do DEM. O União tem a quarta bancada na Câmara com 49 deputados.
Em segundo está o PT com 56 e o PP vem em seguida com 55 deputados. O PSD ficou com 43 e o Republicanos com 41 deputados; MDB, 35; PSDB, 25. O PSDB perdeu 6 deputados. O PTB de Roberto Jefferson também perdeu 6 parlamentares e agora tem 4 na bancada.
Os grandes partidos prometeram entregar para os deputados o máximo permitido pela lei eleitoral, valor que poderá chegar a R$ 3 milhões com o reajuste.
Um levantamento feito pela Folha de S.Paulo a partir do relato dos deputados, que não quiseram se identificar, mostra que a promessa de recursos financeiros para a campanha foi decisiva para que os deputados migrassem de um partido para outro.
O deputado Luís Miranda (Republicanos-DF) contou que todos os partidos estão oferecendo o máximo permitido pela lei para atrair os deputados.
“O que eu estou escutando de todos os partidos: o teto [de recursos para a campanha] será dado para quem está eleito. Então, por exemplo, é R$ 2,5 milhões o teto? Quem está eleito já tem esse teto automático”, disse.
R$ 2,5 milhões era o montante máximo nas últimas eleições, mas esse valor será reajustado, podendo ultrapassar os R$ 3 milhões.
Luís Miranda foi quem levou à CPI da Pandemia a denúncia de prevaricação de Jair Bolsonaro. O deputado mostrou para Bolsonaro abafou os indícios de que havia um esquema de corrupção no Ministério da Saúde, mas o presidente não tomou providências, como exige o seu cargo.
Miranda deixou o DEM, indo em direção ao Republicanos, por conta da situação interna do partido no Distrito Federal.
Os partidos também ofereceram aos parlamentares controle sobre suas seções estaduais e municipais, além de acesso às emendas secretas, cuja distribuição está paralisada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enquanto o tamanho dos partidos não são definidos.