Jandira Feghali contesta secretário de Bolsonaro que criticou auxílio
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticou as declarações do secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro, Mario Frias, que chamou o auxílio emergencial de R$ 600 aprovado para os artistas de “esmola”. Nesta segunda-feira (29) termina o prazo para a sanção presidencial da chamada Lei Aldir Blanc.
Relatora do texto que serviu de base para aprovação no Congresso da lei que concede auxílio emergencial aos trabalhadores do setor cultural, Jandira Feghali disse que “só os que não enxergam a real dificuldade do povo podem achar que não tem significado”, diz ela.
Feghali explicou que a proposta para o auxílio emergencial era de um a dois salários mínimos. “Isso foi confrontado pelo governo Bolsonaro com o valor de R$ 200. Foi uma conquista no Congresso o valor de R$ 600”. Segundo ela, muitos artistas e técnicos estão vendendo instrumentos para comprar alimentos.
“Se o secretário de Cultura acha que é esmola, o que dirá dos R$ 300,00 que o governo dele quer dar ao povo brasileiro?”, questiona. Ela lembra que a Lei Aldir Blanc é bem mais do que o auxilio individual: “Também socorre com R$ 3 bilhões os espaços comunitários, coloca recursos para fomento de atividades artístico-culturais e fortalece a diversidade cultural “.
Apesar da manifestação de Mario Frias, Jandira acredita que o presidente Jair Bolsonaro vai sancionar a Lei Aldir Blanc, cumprindo o acordo fechado no Congresso. ” A fala dos líderes do governo todos os dias me fazem acreditar na sanção”, afirma.
A declaração de Mario Frias foi feita no sábado, em entrevista no YouTube ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
“Artista não quer esmola. A maioria que eu vejo diz: ‘Me deixa trabalhar’. Não quero auxílio”, disse Frias, na entrevista.