Jair Bolsonaro

Em mais uma das monumentais gafes que caracterizam sua gestão, Jair Bolsonaro cometeu um disparate durante a cúpula de líderes do Brics ao pronunciar de forma errada – por duas vezes – o sobrenome do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa.

Ao invés da pronúncia correta, como se lê o nome “Ramaphosa”, Bolsonaro disse “raposa”.

Na reunião, realizada na quinta-feira (23) em formato virtual, os líderes do grupo, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se debruçaram sobre temas como cooperação, reforma do sistema multilateral, retomada econômica, troca de tecnologias, luta contra as epidemias e desenvolvimento sustentável.

Em seu discurso, Bolsonaro pediu a reforma de organizações internacionais – nomeadamente o Banco Mundial, o FMI e o Conselho de Segurança da ONU. “O peso crescente das economias emergentes deve ter a devida e merecida representação”, afirmou. A fala de Bolsonaro foi breve, durou cerca de quatro minutos e preferiu ignorar a situação na Ucrânia.

Das nações que compõem o Brics, apenas a África do Sul está de fora do Conselho de Segurança. Rússia e China são membros permanentes do colegiado. Já Índia e Brasil estão entre os membros rotativos.

O encontro foi marcado por críticas da Rússia e China ao Ocidente, além da cobrança da África do Sul sobre a falta de solidariedade da comunidade internacional com o continente africano. Cyril Ramaphosa focou o discurso na pandemia de covid.

País onde a variante Ômicron foi sequenciada, a África do Sul já havia reclamado da resposta internacional, e o tema voltou no discurso do presidente: “É motivo de grande preocupação que o resto da comunidade global não tenha sustentado princípios de solidariedade e cooperação no acesso equitativo a vacinas”.

O presidente sul-africano também foi o primeiro a cobrar a democratização dos fóruns de tomada de decisão na ONU, com a maior inclusão dos emergentes. “Para que as instituições multilaterais possam enfrentar de forma efetiva os desafios globais”, justificou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que os países membros do bloco têm uma oportunidade chave de estreitar laços para buscar saídas contra as “ações egoístas e individuais” de Estados – uma referência às sanções econômicas impostas ao país, principalmente pelos Estado Unidos.

Para o líder chinês Xi Jinping, cabe ao Brics, entre outras tarefas, opor-se a sanções unilaterais e abusos. “Rejeitar os pequenos círculos construídos em torno do hegemonismo e praticar o verdadeiro multilateralismo”, disse Xi, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.