Em mais uma ação para tentar impedir a greve dos petroleiros, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, determinou o bloqueio das contas dos sindicatos que participam do movimento contra o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), da Petrobrás. Além do bloqueio, Ives Grandra também liberou contratações temporárias enquanto durar a paralisação.
No último dia, o ministro havia emitido decisão exigindo que 90% dos trabalhadores voltassem ao trabalho com o objetivo reduzir as possibilidades de mobilização dos sindicatos que lutam contra o fechamento da unidade. A decisão previa ainda multa de R$ 250 mil a R$ 500 mil.
Os trabalhadores lutam pela suspensão do fechamento da unidade que, levaria a 396 demissões. Para a Federação Única dos Petroleiros, além das demissões diretas e indiretas, o fechamento da fábrica “vai aumentar ainda mais a dependência da agroindústria brasileira da importação de fertilizantes”.
“Persona non grata”
Ives Gandra foi um dos defensores da reforma trabalhista, sendo considerado pelos juízes do trabalho como “persona non grata” em moção de repúdio aprovada no Congresso Nacional dos Magistrados do Trabalho, realizado em maio de 2018.
Em cumprimento à liminar proferida no último dia 4, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma em comunicado que “os sindicatos que não estão realizando piquetes nas unidades. A participação dos trabalhadores na greve é espontânea e se dá pela indignação da categoria com as demissões na Fafen-PR e as medidas unilaterais tomadas pela gestão da Petrobrás, em descumprimento ao ACT. Por isso, a cada dia, crescem as adesões ao movimento.”
Na sexta-feira, 7, a greve completou uma semana com adesão em todo o país, De acordo com a FUP, 70 unidades do Sistema Petrobrás em 13 estados aderiram à greve.