A Itália anunciou a extensão a todo o país da quarentena já em vigor na Lombardia e 14 outras províncias do norte, para conter o contágio do novo coronavírus, cujos casos chegaram a 9.172 na segunda-feira, com 463 mortes. 724 pacientes tiveram alta. “Estamos ficando sem tempo”, afirmou o primeiro-ministro Giuseppe Conte. “Fique em casa”, convocou aos cidadãos.

A quarentena total entrará em aplicação a partir desta terça-feira (10). A repórteres, Conte explicou que as medidas introduzidas dois dias antes no norte do país já não eram suficientes e teriam de ser estendidas a todos os 60 milhões de italianos.

Em 24 horas, foram 1.797 novos casos e mais 97 óbitos – a maioria de “idosos, frágeis e que já tinham patologias”, como apontou a Proteção Civil em seu informe diário. As fortes medidas da Itália foram saudadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). a partir desta terça-feira (10). A Itália é o segundo país mais afetado depois da China.

As viagens estão proibidas em todo o território italiano, com os deslocamentos sendo permitidos apenas por motivos justificados de trabalho, saúde ou outra urgência. A suspensão das aulas nas escolas e universidades foi prorrogada até pelo menos 3 de abril.

Polícia e exército instalaram controles para permitir que apenas viagens justificadas ocorram, e as autoridades pedem a compreensão e a colaboração dos cidadãos para fazer frente à epidemia e especialmente proteger os idosos e evitar o colapso de um sistema de saúde sobrecarregado até o limite.

Principal centro econômico do país, a Lombardia, que tem Milão como capital, contribui com 20% do PIB italiano. Para amenizar o impacto na região e na vida das pessoas, as autoridades permitem a livre circulação de mercadorias e deslocamentos por motivo de trabalho, saúde ou retorno ao local de residência. As farmácias criaram um sistema de entrega a domicílio para atender a idosos vivendo sozinhos ou pessoas com deficiência.

De acordo com a orientação do Ministério do Interior, quem necessitar entrar ou sair das áreas, deve assinar uma autodeclaração com a justificativa para o deslocamento, e a polícia poderá verificar a veracidade das informações prestadas.

Na estação central de Milão, desde o início da segunda-feira, o Exército estabeleceu dois controles para verificar a documentação de todos os viajantes: um para os passageiros com destino ao sul, e outro para a região. Longas filas se formaram, com pessoas usando máscaras e exibindo documentos.

Segundo a compilação da AFP, a Europa registrou 511 mortes desde o início da epidemia, das quais 21 na França, 16 na Espanha, 4 na Grã-Bretanha, 3 na Holanda, 2 na Suíça e 2 na Alemanha .

7.985 pessoas deram positivo no teste da Covid-19, sendo que 5.949 estão hospitalizadas, 733 em terapia intensiva e 2.936 não apresentam sintomas, ou estes são tão leves que eles podem ser curados permanecendo em casa.

Quase 84 mil pessoas realizaram os testes do novo coronavírus. A Lombardia segue como o foco da crise sanitária, com 5.489 dos 7.985 casos de contágio e 333 das 463 mortes.