A deputada estadual Isa Penna (PCdoB-SP) anunciou nesta quinta-feira (21), por meio de nota, que pretende entrar com uma representação no conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) contra o deputado Delegado Olim (PP), solicitando o afastamento dele do colegiado. Ela também informou que estuda acionar o Ministério Público.

Na quarta-feira (20), Olim afirmou que Penna teve “sorte” por ter sido vítima de assédio sexual praticado pelo deputado Fernando Cury, em dezembro de 2020, no plenário da Alesp, e que ela iria se eleger por conta disso. Olim, que é o relator do caso Arthur do Val no Conselho de Ética, deu a declaração durante entrevista ao podcast Inteligência LTDA.

”É inaceitável a postura do deputado estadual Delegado Olim. O comportamento lamentável de Olim no podcast, trata com deboche a realidade vivida por milhões de mulheres todos os dias no Brasil, o que ilustra a gravidade da violência de gênero que mancha a política e a democracia brasileiras”, afirma a nota divulgada pela assessoria de imprensa da deputada, na qual considera “inaceitável qualquer sugestão de ganho político a partir de um ato explícito de violência contra a mulher, assim como tentativas espúrias de buscar nisso um ganho pessoal político”.

Na entrevista, o deputado ainda minimiza o caso de assédio sofrido pela parlamentar ao afirmar que Cury é um “cara do bem”. “Foi um dia, final de ano. Acho que ele [Cury] estava lá dentro dos gabinetes, ele bebeu. Porque ele é um cara do bem, todo mundo adora ele. Eu acho que o que ele fez ali ele também nunca mais vai esquecer na vida dele. Eu não queria estar no lugar dele, ficou ruim para ele e nunca vão esquecer. É como o próprio Arthur, ele pode fazer o que quiser, [e não vão esquecer]”, disse Olim.

“Por conta de tudo isso, entrarei com uma representação para que o deputado Delegado Olim seja afastado do Conselho de Ética da Alesp. Seu comportamento é desrespeitoso não só comigo, mas com todas as mulheres que todos os dias lutam contra o machismo, muitas delas suas eleitoras”, disse na nota a deputada, que também usou as suas redes sociais para se manifestar.