O Irã voltou atrás e admitiu no sábado (11) que derrubou o avião de passageiros ucraniano “involuntariamente” devido a erro humano. As declarações foram publicadas pelo ministro das Relações Exteriores do país, Mohamad Yavad Zarif, e pelo presidente Hasán Rohaní, que citam conclusões preliminares de uma investigação das Forças Armadas.
A investigação apurou que o Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines “adotou a postura de vôo e a altitude de um alvo inimigo” quando se aproximou de uma base do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana.
“Nestas circunstâncias, devido a um erro humano”, o avião “foi atacado”, afirmou o relatório.
A declaração acrescenta ainda que a aeronave ucraniana foi abatida no meio de um alerta de combate de “alto nível” emitido para a possível resposta dos EUA aos ataques iranianos contra as bases americanas no Iraque.
Javad Zarif: “Dia triste”
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif disse que é “um dia triste” para a divulgação das conclusões preliminares da investigação interna.
“Um erro humano no momento da crise levou ao desastre. Nosso profundo pesar, nossas desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e de outras nações afetadas”, afirmou Zarif em um tweet do oficial.
Rohaní: “O Irã lamenta profundamente esse erro desastroso”
“A investigação interna das Forças Armadas concluiu que, infelizmente, mísseis lançados por erro humano causaram o horrível incidente do avião ucraniano e a morte de 176 pessoas inocentes”, disse o presidente iraniano Hasan Rohani.
Depois de garantir que “as investigações continuam a identificar e processar essa grande tragédia e erro imperdoável”, o presidente iraniano expressou suas “mais sinceras condolências” às famílias das vítimas.
“A República Islâmica do Irã lamenta profundamente este erro desastroso”, concluiu Rohani.
Porta-voz do governo do Irã tinha afirmado na quinta-feira (9) que os relatos de que o Boeing fora atingido por um míssil iraniano minutos após decolar no dia 6 não passam de “guerra psicológica” contra Teerã, e que o país estava aberto à presença na investigação de representantes de outros países cujos cidadãos morreram na queda do avião.