Jair Bolsonaro (sem partido) e Queiroga

Uma análise feita pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo indica que a morte de uma adolescente de 16 anos após tomar a vacina da Pfizer não ocorreu em decorrência do imunizante.

“As análises técnicas indicam que não foi a vacina a causa provável do óbito e sim a doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT)”, diz a nota enviada à imprensa.

“A PTT é uma doença autoimune, rara e grave, normalmente sem uma causa conhecida capaz de desencadeá-la, e não há nenhum relato técnico até o momento que aponte este quadro como evento adverso pós-vacinação após primeira dose de uma vacina contra COVID-19 de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer”, diz a nota.

A investigação ocorreu porque a jovem foi imunizada contra Covid-19 e morreu sete dias depois.

Em nota, o governo do Estado afirmou que 70 profissionais reunidos pela Coordenadoria de Controle de Doenças e do Centro de Vigilância Epidemiológica analisaram o caso e concluíram que a vacina não foi a causa provável do óbito.

“As vacinas em uso no país são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer. Na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação. Quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados”, ressalta Eder Gatti, infectologista que coordenou a investigação.

Na quinta-feira (16), o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da aplicação da vacina em adolescentes sem comorbidades. Contudo, a Anvisa manteve a posição da recomendar a vacina ao grupo. Em nota, a agência frisou que não havia nenhuma relação entre a morte e o imunizante até então.

“Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina. A Agência já iniciou a avaliação e a comunicação com outras autoridades públicas e adotará todas as ações necessárias para a rápida conclusão da investigação. Entretanto, com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”, divulgou a Anvisa.

Alguns estados e capitais aderiram à recomendação, mas o Ceará manteve aplicação em adolescentes sem comorbidades, contrariando a pasta nacional. Secretaria da Saúde (Sesa) defende que imunização desse grupo é essencial para diminuir a circulação do coronavírus.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e os Conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) se posicionaram pela continuidade da vacinação contra a Covid-19 de adolescentes sem comorbidades.

Leia a íntegra da nota da Secretaria de Saúde de São Paulo:

Secretaria de Estado da Saúde reuniu profissionais municipais e estaduais para discussão do caso; doença é causa provável do óbito

A Secretaria de Estado da Saúde concluiu nesta sexta-feira (17) o diagnóstico de doença autoimune em adolescente de 16 anos, que havia sido vacinada contra COVID-19 em São Bernardo do Campo e faleceu sete dias depois.

As análises técnicas indicam que não é a vacina a causa provável do óbito e sim à doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada “Púrpura Trombótica Trombocitopênica” (PPT).

A PTT é uma doença autoimune, rara e grave, normalmente sem uma causa conhecida capaz de desencadeá-la, e não há nenhum relato técnico até o momento que aponte este quadro como evento adverso pós-vacinação após primeira dose de uma vacina contra COVID-19 de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer.

A análise foi feita de forma conjunta por 70 profissionais reunidos pela Coordenadoria de Controle de Doenças e do Centro de Vigilância Epidemiológica.

Participaram especialistas em Hematologia, Cardiologia, infectologia e outros atuantes nos CRIEs (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais) do Estado.

Também contribuíram representantes dos municípios de São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo, além dos CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) estadual.

“As vacinas em uso no país são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer. Na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação.

Quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados”, explica o infectologista do CVE, Eder Gatti, que coordenou esta investigação e que atua também no Instituto Emílio Ribas.

“Os eventos adversos graves, principalmente aqueles que evoluem ao óbito, são discutidos com uma comissão de especialistas para se ter uma decisão mais precisa sobre a relação coma a vacina.

Quando um caso vem à tona sem que este trabalho esteja finalizado, cresce o risco de desorientação, temor, de rejeição a uma vacina sem qualquer fundamento, prejudicando esta importante estratégia de saúde pública que é a campanha de vacinação”, finaliza.

Pessoas com histórico de doenças autoimunes, ou seja, causadas por autoanticorpos, podem receber as vacinas contra COVID-19 disponíveis no país, e devem consultar o médico em caso de dúvida.

A rede de saúde está orientada quanto à conduta de imunização de todos os públicos por meio de Documento Técnico do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE).

O óbito da moradora de São Bernardo do Campo foi divulgado ontem de forma intempestiva pelo Ministério da Saúde em coletiva de imprensa. Os resultados da análise serão submetidos à Anvisa.

A adolescente foi imunizada sete dias antes com a vacina da Pfizer, a única que tem autorização da Anvisa para jovens de 12 a 17 anos. O óbito ocorreu no dia 2 de setembro.