Insegurança alimentar afeta 1 em cada 10 famílias nos EUA, diz Censo
Segundo o Bureau do Censo norte-americano, 9,7% dos domicílios no país mais rico do mundo, conforme dados coletados entre 1º e 13 de dezembro, sofrem de insegurança alimentar – onde às vezes não há o suficiente para comer -, o que corresponde a mais de 21 milhões de pessoas.
Esse percentual é o mais alto em cinco meses, segundo o órgão. O que deve piorar, de acordo com a Bloomberg, à medida que os pagamentos de auxílio à pandemia acabam e os preços dos alimentos aumentam.
Os preços dos alimentos nos EUA aumentaram 6,4% em relação ao ano anterior. Os bancos de alimentos também estão vendo um aumento na demanda, e as clínicas destinadas a ajudar crianças desnutridas registraram um aumento no número de pacientes. O salário mínimo está congelado desde o primeiro ano de governo de Obama.
Famílias de baixa renda podem em breve enfrentar mais pressão, assinala a Bloomberg, com o término do pagamento do crédito tributário infantil mensal e o impasse do Senado na principal legislação social proposta pelo governo Biden, a Reconstruir Melhor (BBB, na sigla em inglês).
Os pagamentos do crédito tributário da criança servem como um adiantamento sobre a declaração de impostos recebida por famílias com pai e mãe que ganham menos de US$ 150.000 por ano. Os pais recebem US$ 300 por mês para cada criança com menos de 6 anos e US$ 250 por mês para cada criança com menos de 18 anos. As famílias que ganham mais do que isso recebem um crédito menor.
A maioria dos pais relatou o uso desses recursos no meio do mês para alimentos, de acordo com pesquisas do Bureau do Censo entre julho e setembro.
Estudos descobriram que tornar os pagamentos permanentes poderia reduzir significativamente a pobreza infantil. O último dos pagamentos programados para o crédito tributário infantil expandido foi enviado em 15 de dezembro.
Cláusula da lei BBB estenderia os pagamentos até 2022. Mas, em um Senado dividido meio a meio, a aprovação da lei BBB ficou no ar, após recusa do senador democrata Joe Manchin em dar seu voto a favor, gerando indignação entre a maioria do partido.