A inflação para as famílias de renda mais baixa em 2020, medida pelo Indicador por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), teve elevação de 6,2%. Em 2019, o índice foi de 4,42%.

Em dezembro, a taxa chegou a 1,58% para as família com rendimento familiar mensal menor que R$ 1.650,50. Segundo a pesquisa divulgada na sexta-feira (15), na faixa que representa as famílias de renda mais alta (com rendimento domiciliar superior a R$ 16.509,66), a variação foi de 1,05%, revelando uma diferença de 0,53 ponto percentual entre os dois grupos.

De acordo com o Ipea, a diferença entre as faixa de renda, mais baixa e mais alta, “pode ser explicada pelo peso das despesas com alimentos, energia e gás: elas comprometem 37% dos orçamentos mensais nas famílias mais pobres e 15% nas mais ricas. No acumulado do ano, enquanto a inflação das famílias de renda muito baixa teve elevação de 6,2%, o segmento de renda alta registrou uma taxa mais modesta (2,7%)”.

“Em 2020, os itens que mais pesaram na cesta de consumo dos mais pobres foram arroz (76%), feijão (45%), carnes (18%), leite (27%) e óleo de soja (104%), além das tarifas de energia (9,2%) e do gás de botijão (9,1%). Por sua vez, no mesmo período, a parcela mais abastada da sociedade sentiu uma alta moderada de serviços livres, como mensalidades escolares (1,1%) e serviços médicos e hospitalares (14,8%), além de deflações em itens consumidos majoritariamente por esse grupo, como passagens aéreas (-17%), seguro de automóvel (-8%) e gasolina (-0,2%)”, ressalta o Ipea.

Segundo o estudo, os segmentos que mais impactaram as famílias de renda foram os reajustes da energia elétrica, do botijão de gás e os preços dos alimentos.

A inflação oficial do país registrou em 2020 um avanço de 4,52%, a maior desde 2016. Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) foram divulgados na terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).