Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 1,82% em janeiro e acumula alta de 16,91% em 12 meses, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgados nesta sexta-feira (28).

Conhecido popularmente como inflação do aluguel, o IGP-M é composto por indicadores que sofrem com as oscilações do dólar e dos preços internacionais das commodities, como combustíveis e metais, por exemplo.

O Coordenador dos Índices de Preços, André Braz afirmou que “a inflação ao produtor segue espalhada. Os preços dos bens de investimento subiram 2,07%, ante 0,78%, em dezembro de 2021. Já os preços de materiais e componentes para manufatura avançaram para 1,33%, depois de subirem 0,40% no mês passado. Por fim, o minério, embalado pela escalada do preço internacional, fechou janeiro com alta de 18,26% e respondeu por 52% do resultado do IPA”, disse.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 2,30% em janeiro, após alta de 0,95% em dezembro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo bens de investimento, cuja taxa passou de 0,78% para 2,07%, no mesmo período.

A taxa do grupo Bens Intermediários avançou de 1,02% em dezembro para 1,05% em janeiro. O principal vilão foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de 0,40% para 1,33%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,26% em janeiro, contra 0,74% em dezembro.

Por sua vez, o estágio das Matérias-Primas Brutas registrou alta de 4,95% em janeiro, ante 1,22% em dezembro. Destaques para as altas do minério de ferro (-0,52% para 18,26%), soja em grão (-1,03% para 4,05%) e milho em grão (-2,68% para 5,64%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,42% em janeiro, ante 0,84% em dezembro. Destaque de altas para os grupos Alimentação (0,54% para 1,15%), Vestuário (0,61% para 1,17%), Comunicação (0,05% para 0,13%) e Despesas Diversas (0,13% para 0,14%).

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,64% em janeiro, ante 0,30% em dezembro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de dezembro para janeiro: Materiais e Equipamentos (0,48% para 1,05%), Serviços (0,57% para 1,28%) e Mão de Obra (0,10% para 0,14%)

Com a forte desvalorização do real frente ao dólar – consequência da política econômica e da instabilidade política que o governo Bolsonaro impõe ao Brasil, o IGP-M acelerou rapidamente ultrapassando os dois dígitos na pandemia, e chegou ao recorde de 31,12% em 12 meses até agosto de 2021.

Assim que o índice descolou completamente da realidade do povo brasileiro, que ao longo destes últimos anos não ganhou nenhum reajuste real em seus salários, o inquilinato começou a defender a retirada do IGP-M de seus contratos de aluguéis.

Atualmente, há na Câmara dos Deputados um projeto de lei que busca limitar os reajustes dos contratos de locação ao indicador de inflação oficial IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que não conta com o apoio do governo. No entanto, o IPCA é outro indicador que disparou no governo Bolsonaro, efeito dos sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis pelo governo. O IPCA fechou o ano de 2021 em alta acumulada de 10,06%, maior alta desde 2015, segundo informou o IBGE.